Michelle Ramalho evita condenação prévia e pede rigor na apuração contra Caboclo

Única mulher no comando de uma federação de futebol no Brasil, dirigente paraibana se manifestou nesta segunda sobre acusações de assédio que recaem sobre o presidente afastado da CBF

A presidente da Federação Paraibana de Futebol, Michelle Ramalho, se manifestou nesta segunda-feira (7) sobre as acusações de assédio sexual que recaem sobre o presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo. Ela é alinhada ao mandatário, que é indicação de Marco Polo Del Nero para sucessão no comando da entidade.

Para a dirigente paraibana, única mulher no comando de uma federação de futebol no Brasil, é preciso cautela, mas pediu rigor na apuração do caso. Michelle concedeu entrevista ao ge.globo Paraíba. Confira abaixo:

Única mulher a comandar uma federação de futebol no país, Michelle Ramalho se pronunciou nesta segunda-feira sobre a crise que toma conta da CBF e que resultou no afastamento do presidente Rogério Caboclo pelos próximos 30 dias – para que ele se defenda das denúncias de assédio sexual contra uma funcionária. A presidente da Federação Paraibana concordou com o afastamento, mas manteve uma postura de esperar o desenrolar dos fatos.

“Eu vejo essa situação com muita preocupação, seja em razão das denúncias contra ao presidente, quanto ao próprio momento que passamos no futebol brasileiro”, disse a presidente da FPF, se referindo à proximidade da Copa América e das Olimpíadas.

Advogada de formação, Michelle Ramalho entende bem o trâmite do processo do qual passará o presidente da CBF. Até por isso, ela concordou com o afastamento imediato de Caboclo, até para que ele possa se concentrar em sua defesa. A paraibana taxou como “muito grave” a denúncia de assédio sexual, e elogiou a decisão do Conselho de Ética.

“As denúncias são graves, muito graves. E devem ser apuradas com devido rigor, mas com respeito ao contraditório e à ampla defesa. A CBF é maior do que quaisquer de seus diretores ou presidentes. Somos uma confederação com uma boa rede de governança, tanto que já foram adotadas medidas para a superação da crise, como foi o afastamento do presidente para que ele possa se defender. Afinal, a CBF precisa de coesão para enfrentar questões presentes, como a Copa América e as Olimpíadas”, completou Michelle Ramalho.

Sem conhecimento dos autos

A presidente da Federação Paraibana de Futebol, no entanto, prefere não fazer um juízo de valor sobre as denúncias, até porque não conhece todo o processo.

“Eu, como advogada, antes de mais nada, entendo que no processo apuratório da denúncia compete ao presidente Caboclo exercer o seu direito de defesa. Como presidente de federação, seria extremamente precipitada em fazer um juízo de valor sobre o caso porque eu desconheço as provas dos autos”, disse Michelle.

Viagens com Caboclo

Alinhada com o presidente da CBF, Michelle Ramalho manteve uma relação próxima com Caboclo nos últimos anos. Tanto que foi convidada para chefiar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo Feminina, na França – oportunidade em que viajou com Rogério Caboclo. Ela também esteve em missão oficial com o presidente da CBF na final da Taça Libertadores de 2019 em Lima, no Peru.

“Já fiz algumas viagens com o presidente Rogério Caboclo. O que posso falar em relação à minha pessoa é que ele sempre se portou de maneira profissional”, declarou a presidente.

Do ge.globo PB