A empresa de tecnologia Meta, proprietária do Facebook, WhatsApp e Instagram, informou, nessa segunda-feira (16/9), que baniu veículos de comunicação estatais russos RT, Rossiya Segodnya e TV-Novosti pela acusação de interferência estrangeira.
“Após cuidadosa consideração, expandimos nossa aplicação contínua contra veículos de comunicação estatais russos: Rossiya Segodnya, RT e outras entidades relacionadas agora estão banidas de nossos aplicativos globalmente por atividade de interferência estrangeira”, disse a Meta, em um comunicado.
A Rússia vem sendo acusada pelo governo norte-americano de tentar influenciar no resultado das eleições presidenciais que ocorrerão no dia 5 de novembro no país.
A decisão da Meta foi tomada dias depois dos EUA imporem sanções às empresas controladoras da RT e sob a acusação de atuarem como um braço das operações de inteligência de Moscou.
O governo Biden indiciou dois funcionários russos da RT, acusados de pagar uma empresa de mídia americana para distribuir vídeos em inglês em plataformas sociais, incluindo YouTube, TikTok, Instagram e X com conteúdos eleitorais. O YouTube retirou vários canais de política de direita vinculados às alegações.
O Departamento do Tesouro também anunciou neste mês ações contra executivos da RT e veículos de comunicação estatais russos como resposta aos “esforços de influência maligna de Moscou visando a eleição presidencial dos EUA de 2024”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, chamou a decisão da Meta, nesta terça-feira (17/9), de “muito negativa”.
“A Meta se desacredita com essas ações. E, claro, tais ações seletivas contra a mídia russa são inaceitáveis. É por isso que temos uma atitude extremamente negativa em relação a isso. Isso complica as perspectivas de normalização de nossas relações com a Meta”, afirmou Peskov.
O Secretário de Estado Antony Blinken anunciou na sexta-feira (14/9) as sanções às empresas RT, Rossiya Segodnya e TV-Novosti. Blinken afirmou que a RT é utilizada pelo governo russo para fazer operações internacionais de ciberinteligência, influência secreta e, também, para obter armas para a Guerra da Ucrânia.
“Essas entidades não são mais meramente mangueiras de incêndio de propaganda e desinformação russas. Elas estão envolvidas em atividades de influência secretas destinadas a minar as eleições e democracias americanas, funcionando como um braço de fato do aparato de inteligência da Rússia”, afirmou o Secretário de Estado.
Em 2022, logo após a invasão russa, a Meta disse que estava “restringindo o acesso” à RT e à Sputnik, meio de comunicação estatal russo, em todos os países da União Europeia atendendo as solicitações de governos e autoridades da UE.
Durante o mesmo período, o YouTube e o TikTok realizaram proibições semelhantes na Europa. Do Metrópoles.