O vice-presidente nacional do PT, Alexandre Padilha, afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuará como candidato do PT à presidência da República, mesmo na prisão. “Não será o PT que vai retirar Lula das eleições”, disse o dirigente petista à BBC Brasil, em Boston, nos Estados Unidos.

 

“A lei estabelece que em agosto são registradas as candidaturas. O nome de Lula estará lá. Vamos seguir a lei e caberá ao TSE (Tribunal Superior Eleitora) avaliar esse registro. Lula continuará a ser nosso candidato, preso ou não”, continuou.

Padilha se recusou a traçar plano B, mas recorreu a uma metáfora futebolística para afirmar que o partido não deve abrir mão de uma candidatura própria para apoiar pré-candidatos de esquerda como Guilherme Boulos (PSOL-SP) ou Manuela D’avila (PCdoB-RS).

“Querem que o PT tire o Pelé no início do campeonato. Nós queremos ter o Pelé até o final. Se cometerem uma injustiça, aí vamos decidir quem vai substituí-lo”, acrescentou. “O que posso dizer é que, mesmo sem Lula, o 13 continuará em campo”, disse.

De acordo com o ex-ministro, “hoje o PT tem 20% da preferência partidária. Depois, vêm PMDB e PSDB com 4% ou 5%. Temos o candidato favorito em todos os cenários. Lula está na frente, com cerca de 30%. Não vamos abrir mão disso”.

Prisão de Lula

Lula se entregou à Polícia Federal (PF) e foi preso na noite deste sábado (7), após ficar dois dias na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Ele estava no edifício no Centro da cidade do ABC desde quinta-feira (5), quando o juiz Sérgio Moro expediu mandado de prisão.

O ex-presidente saiu a pé da sede do sindicato às 18h42 e caminhou até um prédio próximo, onde equipes da PF o aguardavam. Ele entrou no carro da PF às 18h47. A saída teve de ser feita dessa maneira porque, às 17h, Lula tentou sair de carro, mas foi impedido pela militância.

O comboio seguiu por vias de São Bernardo e de São Paulo até a Superintendência da PF, na Lapa, Zona Oeste, onde chegou às 19h44. Manifestantes a favor e contra a prisão o aguardavam. Os veículos entraram normalmente.

Manifestantes a favor da prisão correram em direção ao carro onde o ex-presidente estava e o xingaram. Depois que o comboio entrou, os grupos pró e contra prisão trocaram ofensas e empurrões.

O exame de corpo de delito foi feito e, às 20h05, o ex-presidente entrou num helicóptero da Polícia Militar que seguiu em direção ao Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul. A aeronave pousou às 20h22. Em seguida, Lula seguiu para Coritiba, onde ficará preso na sede da Polícia Federal.