Mais de 53 mil pessoas residem em áreas de risco em João Pessoa

Mais de 53 mil pessoas residem em áreas de risco em João Pessoa, sendo, ao todo, 12 mil imóveis nas 31 áreas consideradas vulneráveis pela Defesa Civil da Capital. De acordo com o coordenador do órgão, Noé Estrela, esse número era ainda maior há dois anos, pois eram registradas 35 áreas de risco na Capital.

O contexto das áreas de risco abrangem uma variedade de critérios, no entanto, a maior parte dessas áreas são resultantes de invasões em terrenos irregulares e com deficiência na infraestrutura, desde o fornecimento de água até o esgotamento sanitário.

Após as ocorrências de deslizamentos provenientes da má ocupação territorial em comunidades do Rio de Janeiro no ano de 2012, o Governo Federal convocou uma reunião para diagnosticar os principais problemas e discutir mudanças na legislação nacional. Desde então, uma série de ferramentas baseadas na meteorologia foram implantadas para dar auxílio aos órgãos de Defesa Civil, como o investimento em radares que disponibilizam a informação antecipada sobre as chuvas. É importante ressaltar que as medidas implantadas foram feitas para dar auxílio em casos de riscos hidrológicos.

Para minimizar os danos causados às famílias, a Prefeitura de João Pessoa tem criado medidas de reparação. De acordo com Noé Estrela, quatro áreas que eram consideradas de risco já foram recuperadas, dentre elas, o Timbó. “Tinhamos 35, hoje temos 31. A comunidade Novo Horizonte, no bairro do Cristo Redentor, a comunidade Gadânho, no Padre Zé, o Timbó e o Trapixe já não são mais consideradas áreas de risco. Um trabalho que gera mais segurança é a retirada dessas famílias para o recebimento de imóveis. A Prefeitura tem construído mais de 1000 imóveis, já foram retiradas 2000 pessoas dessas comunidades, e é um trabalho mais lento porque precisa de áreas de construção de residências. Nós já retiramos do São José e o Timbó já deixou de ser uma comunidade de risco exatamente por conta desse trabalho”, explica.

As áreas que requerem mais preocupação por parte dos órgãos competentes em João Pessoa, são a Saturnino de Brito, que já vem recebendo medidas que estão gerando bons resultados, além do bairro São José. Uma das medidas primeiras medidas destinadas aos residentes é o auxílio aluguel, no valor de R$ 200 reais, que hoje beneficia 1200 famílias.

Campina Grande – Já em Campina Grande, são 12 áreas consideradas de risco pela Defesa Civil Municipal, sendo 800 imóveis nesta região, abrangendo aproximadamente 3.200 pessoas em situação de vulnerabilidade.

O coordenador da Defesa Civil de Campina Grande, Ruiter Sansão, também afirma que a Prefeitura da cidade tem tomado as medidas necessárias.”Aqui foi feito o conjunto habitacional, complexo Aluísio Campos com 4100 casas, além dos critérios da Caixa Econômica, a Prefeitura vai pedir que as famílias sejam realmente transferidas para o Aluisio Campos, como o antigo bairro da Cachoeira em Campina Grande, onde 600 famílias foram relocadas e derrubaram os casebres que fomavam a favela. A intenção da Prefeitura é justamente pegar essas 12 áreas de Campina Grande e inserir essas famílias num programa habitacional, e derrubar as favelas destruindo as áreas de risco. Risco hidrológico, com relação a enchentes. Campina Grande não tem problemas de deslizamento”, ressalta.

Ruiter ainda relembra que após a mudança na legislação, Campina Grande também teve uma redução em 6 áreas de risco. A invasão do Meninão, São Januário, Araxá e Invasão de Santo Antônio são algumas das áreas extintas. A cidade hoje tem um número de 12 áreas de riscos, com 800 imóveis e 3200 pessoas vivendo nessas circunstâncias.