Um jovem de 15 anos viajou para Brasília para passar parte das férias junto ao pai, onde ficaria por 15 dias, mas não retornou mais para João Pessoa, onde reside com a mãe. A professora Andréa de Oliveira já está há dois meses sem qualquer contato com o filho e acusa o pai do adolescente de subtração de menor. Ela aponta alienação parental do pai do seu filho e já acionou a Justiça para reaver a guarda do adolescente – até agora sem sucesso. A mãe do menino conversou com o Paraíba Já sobre o caso.
Ela afirmou ter guarda unilateral do filho, e conforme decisão judicial, o pai tem direito a 15 dias com o garoto nas férias. “Mudamos para João Pessoa em janeiro de 2022, ele então foi ficar com o pai nas férias de julho de 2022, janeiro de 2023 e agora novamente em julho deste ano. Ele foi no dia 14, para voltar no dia 30, até concedi um dia a mais. Porém, no dia 30 eu fui avisada que ele não viria. Não soube onde ele estava a partir do dia 31, quando entrei com um processo de busca e apreensão. E a partir daí, ninguém da família paterna, nem pai, nem tio, nem avós, nem meu filho diz aonde está”, afirmou Andréa ao Paraíba Já.
Andréa conta que o pai do jovem manteve pouco contato com ela durante o período de 15 dias, quando o filho deles estava em Brasília. Após a expedição do mandado de busca e apreensão pela Justiça, ele não fez mais qualquer contato com ela.
A mãe do adolescente até consegue breves conversas com o filho, mas nota que não é ele em mensagens ou que está sendo vigiado em chamadas de vídeo. “Ele não responde mais, não me dá resposta sobre escola, saúde, nada a respeito do meu filho. Nenhum responsável faz isso. Agora é minha advogada que entra em contato, e o pai do meu filho não responde. Consigo falar com meu filho por telefone, muitas vezes por mensagens digitadas, e eu vejo que não é ele quem está falando comigo, e por vídeo eu sempre percebo que tem alguém junto com ele no ambiente”, relatou Andréa.
A explicação da família paterna é que o adolescente não quer mais voltar para João Pessoa e, conforme Andréa, o próprio jovem já lhe disse isso. Nas palavras da mãe, o filho dela está com uma vida desregrada, o que poderia estar influenciando o jovem. “Agora ele não tem mais regras, aqui em casa, apesar de ter lazer, carinho e amor, também tinham regras, pois estou criando um homem responsável para vida”, destacou a mãe.
Medidas legais e viagem à Brasília
Medidas legais já foram tomadas, garante Andréa. A Justiça decretou a devolução do filho por parte do pai e foram expedidos dois mandados de busca e apreensão; sem sucesso nas incursões, uma vez que o pai e a família paterna escondem o adolescente. Boletins de Ocorrência, ações de desacordo à ordem judicial, acionamento do Ministério Público e do Conselho Tutelar também já foram ações feitas pela mãe do garoto.
Questionada se observava indícios de alienação parental, Andréa afirmou que sim. “Por todo contexto, tenho certeza. Tenho acesso a fotos e vídeos do meu filho, por causa da nuvem dele de arquivos. Eu vejo que meu filho está vivendo uma vida desregrada, com dinheiro à vontade, tudo isso realmente é uma forma de alienação”, disse.
Andréa relatou também que chegou a viajar para Brasília neste mês, e mesmo assim, não conseguiu sequer ver seu filho. “Fora que fui a Brasília de 4 a 13 de setembro e não consegui ver meu filho. E é um direito que tenho nato, é um direito da mãe, independente de guarda”, completou.
Família paterna com influência política
De acordo com a professora, o tio do garoto, que é servidor público da Secretaria de Educação do Goiás, seria o principal articulador para convencer o adolescente de se afastar da mãe. Inclusive, ela informou ao Paraíba Já que registrou Boletim de Ocorrência contra o tio por incitar fuga de menor.
Andréa também contou que a família paterna do menino tem forte influência política no município de Águas Lindas, nos entornos do Distrito Federal, o que estaria dificultando as ações.
O principal objetivo de Andréa é ter o filho de volta em seu convívio. Para auxiliá-la, ela já acionou as polícias Civil do Distrito Federal, de Goiás e da Paraíba a fim de encontrar o adolescente.