Lula diz faltar coragem a Bolsonaro para mudar política de preços da Petrobras

Encarecimento dos combustíveis, e o forte impacto dele na inflação no país, têm gerado desgaste ao presidente, que tentará a reeleição

O ex-presidente Lula, pré-candidato do PT à Presidência da República. — Foto: MATHEUS RECHE/UAI FOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

O ex-presidente Lula, pré-candidato do PT à Presidência da República, afirmou nesta terça-feira (24) que o presidente Jair Bolsonaro tem “rabo preso” e que precisa ter “coragem” para mudar a política de preços da Petrobras.

Lula deu a declaração um dia depois de Bolsonaro fazer nova troca no comando da Petrobras. Após 40 dias no cargo, José Mauro Ferreira Coelho foi demitido e, para o lugar dele, foi indicado Caio Mário Paes de Andrade, atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia.

Trata-se da terceira mudança no comando da estatal no governo Bolsonaro, e a segunda neste ano.

“O Bolsonaro precisa parar de falar bobagem, precisa parar de ficar dizendo que tem vontade de dar murro na mesa. Não é trocando o presidente [da Petrobras], não. Se a Petrobras é tão importante, assuma ele a presidência da Petrobras. O que ele tem que ter é coragem. Porque, na verdade, o que ele tem é o rabo preso aos preços internacionais”, disse Lula em entrevista à Rádio Mais Brasil News.

“Ele [Bolsonaro] pode fazer uma reunião com o Conselho Nacional de Política Energética, trazer a Petrobras para a mesa. Traga o conselho da Petrobras e decida que o preço não será dolarizado, que nós não vamos pagar o preço internacional”, completou Lula.

Assista ao comentário da colunista Miriam Leitão, sobre a possibilidade de controle de preços dos combustíveis no Brasil.

Pressão sobre Bolsonaro

As trocas na Petrobras ocorrem em meio à disparada nos preços dos combustíveis no Brasil, provocada por fatores como a alta na cotação internacional do petróleo devido à guerra na Ucrânia.

O encarecimento dos combustíveis, e o forte impacto dele na inflação no país, têm gerado desgaste a Bolsonaro, que neste ano tentará a reeleição.

Cobrado, o presidente passou a criticar a política da Petrobras, que considera valores praticados no mercado internacional, em dólar, para formar os preços dos combustíveis vendidos dentro do Brasil.

Do g1