Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) nesta segunda-feira (17), a técnica de enfermagem, que vacinou pelo menos 48 crianças contra a Covid-19 com doses inadequadas para a faixa etária em Lucena, afirmou que recebeu ordens para imunizar todas as pessoas porque o lote “estava para vencer”. Ela foi afastada.
De acordo com a aplicadora, não houve treinamento ou capacitação da Prefeitura de Lucena para aplicar as vacinas de Covid-19. Ela ainda ressaltou que seu contato com a gestão municipal era muito difícil.
O secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, afirmou que houve quatro treinamentos para aplicação de doses pediátricas, mas a equipe de Lucena não participou.
No momento da imunização, a técnica de enfermagem alegou que estava sozinha, sem “coordenadora, enfermeira, médica ou dentista”, acompanhada apenas de um agente comunitário de saúde (ACS).
Conforme ela, aplicação em crianças ocorreu apenas no dia 7 de janeiro.
O MPF informou nesta segunda-feira que já existe um procedimento aberto para acompanhar o caso e está colhendo os depoimentos das partes envolvidas.
O órgão ressaltou que é prematuro estabelecer qualquer responsabilização, pois a apuração “não é apenas no âmbito individual da pessoa que aplicou as vacinas, mas também do agente público, do município”.