Um dos nomes mais conhecidos da nova geração do sertanejo, Lucas Lucco fez um caminho nem tão incomum no mundo do show business: o de modelo que virou cantor que virou ator (a ordem dos fatores é flexível em outros casos). Depois de estrear em “Malhação” (Globo) em 2015, ele pretende se dedicar cada vez mais à terceira função.
“A TV foi uma escola para mim, consegui entender coisas que sempre quis. Hoje, para gravar um clipe, por exemplo, tenho mais facilidade com questões de luz, câmera, posicionamento, além da desenvoltura”, diz ao G1 o mineiro, que já tem um novo trabalho dramático fechado para o início do ano que vem. Ele não revela detalhes.
Mas a TV não é o limite. Lucco, que já interpretou de namorado dedicado a gordinho esnobado em seus clipes – geralmente roteirizados e dirigidos por ele -, tem o sonho de fazer cinema. “Queria muito, um dia, ir ao cinema para me ver. Isso é uma espécie de ponto de chegada para mim”.
El Lucco
Enquanto Hollywood não chega, ele continua sendo protagonista de suas músicas. No vídeo de “De buenas”, que lançou nesta semana em São Paulo, vive um típico galã mexicano, que deixa sua mulher em casa para curtir com as outras.
A música sobre festa, pegação e bebida, criada de olho no Carnaval, vem “contra a correnteza”, num momento de uma série de lançamentos românticos, na avaliação do sertanejo. Destoa também da personalidade do próprio Lucco, que jura ser “zero balada”.
“Gosto de dar a trilha para os outros curtirem na balada por mim”, diz. “É o que eu imagino quando faço uma música assim. Fico pensando nas pessoas ouvindo aquilo nas boates sertanejas.”
Em meio ao boom do sertanejo feminino, ele aponta a “capacidade de surpreender” para não sair de cena. “A gente precisa fazer o que as pessoas esperam, e um pouco mais.”
Tratamento psicológico
Quase um ano depois de desabafar na internet sobre o uso de remédios para diminuir o medo e a ansiedade, Lucco continua o tratamento psicológico. “Esse tipo de doença – quem tem sabe disso – não é algo que passa. É como se fosse uma alergia, sempre está ali. Você tem que se manter firme”, explica.
O cantor revelou o problema em dezembro do ano passado, depois de faltar à gravação do DVD do festival Loop 360º, em Curitiba. “Uso remédios para conseguir voar, uso remédios para dormir, para acordar, para me manter calmo, para conseguir ficar dentro de um hotel (…). Desenvolvi síndromes, saudade acumulada, medo acumulado, trabalho acumulado”, escreveu na época.
A agenda lotada, ele diz, é um dos fatores que levam muitos sertanejos a desenvolver quadros como a depressão – Paula Fernandes, Marrone, Victor Chaves e Luciano já passaram por situações do tipo. “Também tem a falta da família, a falta de privacidade…”, cita. “O artista tem que ser forte, ser grande, para encarar tudo isso. É uma coisa ruim, que a gente tem que saber como lidar.”