Lira confirma que CAE realizará audiências para debate sobre crise econômica

Vice-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, o senador Raimundo Lira (PMDB-PB), confirmou que a CAE vai realizar uma série de audiências públicas para debater a crise econômica no País. Conforme já previu Lira, o ano de 2015 será extremamente difícil devido a crise financeira que toma conta do mundo. No entanto, ele garantiu que o Sanado desempenhará um papel importante no sentido de minimizar os efeitos da crise, e manter o Brasil no rumo do crescimento.

Na busca por alternativas para conter a crise, a CAE conforme antecipou Raimundo Lira, convidou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa para debater o assunto. A audiência acontece nesta terça-feira (17), às 10h30. Em seguida, no dia 24, será a vez do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que fará uma avaliação sobre a execução da política monetária. O próximo convidado, em data ainda não definida, será o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Com as duas audiências, o presidente da CAE, senador Delcídio do Amaral (PT-MS), e o vice presidente Raimundo Lira, dão cumprimento a uma das metas anunciadas ao ser eleito, no último dia 10. Para eles, a CAE é o foro de debate adequado de discussão de reformas importantes para o país, como a tributária e a fiscal.

Barbosa deverá falar sobre as ações de caráter fiscal incluídas nas Medidas Provisórias (MPs)664/2014 e 665/2014, que estabeleceram uma série de alterações nas regras de seguro-desemprego, abono salarial, seguro-defeso, pensão por morte, auxílio-doença e auxílio-reclusão. Essas medidas enfrentam oposição das centrais sindicais, que reivindicam sua revogação.

As duas medidas sofrem resistência também no Congresso Nacional. A MP 664/2014 recebeu 517 emendas e a MP 665/2014, um total de 233 sugestões de mudanças. As alterações deverão ser propostas por comissão mista (integrada por senadores e deputados) e votadas pelas duas Casas do Congresso Nacional.

Já a audiência com o presidente do Banco Central realiza-se trimestralmente, como determina o Regimento Interno do Senado. O objetivo é discutir as diretrizes, a implementação e as perspectivas futuras da política monetária.

Um dos pontos das duas audiências deverá ser a persistente alta da inflação. A variação acumulada nos últimos 12 meses está em 7,70% – acima, portanto, do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 6,5%.

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), presidido por Tombini e realizada em 3 e 4 de março, quando se elevou a taxa Selic em meio ponto percentual, de 12,25% para 12,75% ao ano, é reafirmada a tendência de alta da inflação.