Liderado por Kita, movimento defende aprovação de eleições diretas na Câmara de Bayeux

O Vereador Jefferson Kita (PSB) concedeu uma entrevista à imprensa, da cidade de Bayeux, na tarde desta segunda-feira (19). Kita estava acompanhado dos vereadores Guedes, Luciene de Fofinho, Netinho, Rubens, Lico e França, que o apoiam na Câmara Municipal e que desejam a realização de Eleições Diretas, em virtude da vacância no Poder Executivo da cidade.

Dentre os assuntos abordados, o vereador falou do movimento que vem liderando na Câmara para a aprovação da PEC 08, que visa regulamentar as eleições diretas no municipio, em caso de vacância dos cargos de prefeito e vice-prefeito.

A PEC 08 será apreciada na sessão desta terça-feira (20), no plenário da Casa Severaque Dionísio.

Para o parlamentar, “em nome da democracia”, o poder de escolha do gestor municipal deve ser delegado à população através do voto.

“É a democracia. Eu acho que nós, vereadores, mesmo favorecidos por um cenário, não temos o direito de tirar o direito da população de votar”, disse.

Apesar de ser o principal beneficiado pela interinidade, já que é o próximo prefeito da cidade, previsto na linha sucessória, pelo fato de ser o presidente eleito do parlamento local para o biênio 2019-2020, Kita acredita que a Câmara Municipal deve ouvir a voz das ruas e obedecê-la, haja vista ao forte apelo popular pela realização de novas eleições na cidade. Segundo ele, o Artigo 8, objeto da Proposta de Emenda Constitucional apresentada por Luciene, fere a soberania popular.

“O Artigo 8 da Lei Orgânica não prevê eleição direta em nenhum momento, por isso se torna nulo, por isso fere o direito da soberania popular e do voto. A emenda da vereadora Luciene visa restaurar o que é obrigação da Câmara. Que o povo tenha o direito de escolher o seu representante”, argumentou o vereador.

A respeito do recente rompimento com o atual prefeito interino Nôquinha, Jefferson foi enfático e não se fez de rogado, admitiu ter sido aliado de primeira hora do atual gestor, mas que não corrobora com a forma como o mesmo tem conduzido os rumos da cidade.

“Fomos aliados de guerra, fomos parceiros, mas, infelizmente, divergimos nessa reta final porque ele não vem fazendo uma boa gestão. O fator preponderante foi Nôquinha querer continuar no poder, mesmo não fazendo um bom mandato, de maneira anti-democrática, e o PSB divergiu e houve o desentendimento”, declarou.

Outro fato que levou ao rompimento de Kita com Nôquinha foi o fato de perceber um movimento liderado pelo prefeito, atualmente presidente da Câmara e por isso interino, para anular a sua eleição, buscar um segundo mandato à frente da Mesa Diretora e, com isso, buscar permanecer à frente da prefeitura através de eleições indiretas.

“Nôquinha vem se articulando nos bastidores para conseguir maioria para se reeleger de maneira indireta. O maior ponto de divergência foi porque eu não aceitei”, explicou.

Para Kita, eleição indireta é um golpe no povo.

“Quem quiser disputar, que vá pras urnas, que vá pedir voto na rua. Não é justo que se tenha conchavos com grupos de vereadores e se tente criar um cenário para se perpetuar no poder de maneira anti-democrática. Entendo isso como um golpe”, pontuou.

Indagado ainda sobre qual a sua opinião acerca da atual gestão, Jefferson Kita é taxativo, “é ruim”. E ressalta a contribuição que o Governo do Estado tem dado à cidade com obras e ações.

“Fomos aliados até pouco tempo, isso não quer dizer que concordamos que tudo que estava acontecendo era correto. Eu vou lutar pela cidade, somos aliados do Governo, que está trazendo muitas ações para Bayeux, e nossa função independente de prefeitura é continuar estabelecendo essa ligação do Governo do Estado com a cidade”, afirmou.

Sobre ser o representante do legado de Ricardo Coutinho na cidade, haja vista ao fato de ser o campeão de votos da atual legislatura, presidente do PSB municipal e eventualmente o futuro prefeito da cidade, Kita disse deve sua ascenção ao seu grupo político, e que é esse grupo quem vai decidir o seu futuro.

“Eu acho que tudo é construção de um grupo. Estou onde estou porque um grupo me conduziu. O grupo é que vai decidir o que vamos fazer daqui pra frente. Eu sou candidato de um projeto, de um grupo. Se o grupo achar que me encaixo e represento bem esse projeto, meu nome está à disposição, também se não for, estou para ajudar”, explicou o vereador.

Quarto prefeito de Bayeux em dois anos, Kita disse que a população deve esperar de sua gestão austeridade, compromisso com o erário e anunciou as primeiras medidades que deverão ser tomadas logo que assuma.

“Austeridade. Está na hora de todo mundo entender, inclusive os vereadores, de abrir mão de alguns espaços e entender as dificuldades que o governo vai ter para fazer. Primeiro temos que estabelecer o enxugamento da máquina, diminiur a folha de pagamento, rever todos os contratos de maneira irregular e desnecessários”, afirmou.

Kita também elencou algumas obras que devem se transformar em ações de governo.

“Precisamos estabelecer o equilíbrio financeiro do município para em médio e longo prazo, começar a investir na cidade. Há muito tempo que não se tem obra na cidade a não ser as ações do Governo do Estado. Além dos serviços essenciais como coleta de lixo e limpeza de rua, motivo de propaganda do atual governo – veja a que ponto chegamos – vamos investir na parte estrutural da cidade, como mudar as entradas, tornando Bayeux uma cidade mais atrativa e esteticamente melhor às pessoas, recuperar todas os calçadões e as entradas com momumentos culturais. A médio prazo trazer o sonhado Polo Turístico. No Baralho, temos um Pôr do Sol similar ao do Jacaré e ainda temos 60% de área preservada e não aproveitamos o Eco-Turismo. O Polo Turístico trará Turismo e geração de emprego e renda. Ainda ligaremos Bayeux ao Alto do Mateus através da Rua Gustavo Maciel Monteiro, além de uma série de projetos estruturantes que pensamos para a nossa cidade”, explicou.