O primeiro-ministro do Líbano acusou Israel, nesta sexta-feira (1º), de rejeitar qualquer proposta de cessar-fogo, depois que o Exército israelense bombardeou alvos do Hezbollah em Beirute.
A agência nacional de notícias libanesa (NNA) relatou pelo menos dez bombardeios ao sul da capital, após Israel emitir avisos para que civis deixassem a região. Os ataques destruíram “dezenas de edifícios” poucas horas depois da visita de duas autoridades dos Estados Unidos a Israel.
Os diplomatas americanos Amos Hochstein e Brett McGurk chegaram a Israel na quinta-feira (31) para buscar uma solução para a guerra no Líbano. Além disso, os EUA querem avançar no sentido de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde Israel enfrenta o Hamas.
No Líbano, o primeiro-ministro Nayib Mikati criticou os ataques israelenses e o impasse nas negociações de trégua. Na terça-feira (30), ele havia afirmado que Israel e Líbano estavam perto de assinar um acordo para cessar-fogo.
“O prolongamento, mais uma vez, da agressão do inimigo israelense contra as regiões libanesas (…) e o fato de ter atacado mais uma vez os subúrbios do sul de Beirute com operações destrutivas, constituem indicadores que confirmam a sua rejeição de todos os esforços para conseguir um cessar-fogo”, disse.
O Exército israelense afirmou que bombardeou alvos do Hezbollah em Beirute e em Nabatieh, no sul do Líbano. A NNA relatou ataques nas regiões de Aley, a leste de Beirute, e Bint Jbeil, no sul.
A região de Baalbek, no leste do país, também foi alvo de ataques, causando a morte de ao menos 10 pessoas, segundo as autoridades libanesas.
Os bombardeios também atingiram a cidade de Tiro, no sul, onde um prédio em frente ao mar desabou, segundo um correspondente da AFP.
Jeanine Hennis Plasschaert, coordenadora especial da ONU para o Líbano, alertou sobre “o grande perigo” para cidades históricas como Baalbek e Tiro. Ambas são declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Plano americano
Segundo fontes do governo citadas pela imprensa israelense, o plano elaborado pelos EUA contempla a retirada do Hezbollah e do Exército israelense do sul do Líbano, que seria controlado pelas forças armadas libanesas e pelos capacetes azuis da ONU.
As autoridades israelenses declararam que os seus soldados não se retirarão do sul do Líbano até que seja alcançado um acordo que satisfaça os requisitos de segurança de Israel.
O objetivo de Israel é neutralizar o Hezbollah na fronteira e permitir o retorno de 60 mil habitantes ao norte do país, que deixaram a região diante de ameaças do grupo extremista.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) se declarou “profundamente preocupada” com os ataques israelenses contra os serviços de saúde no Líbano.
Do G1