Legado de José Américo de Almeida é destaque na programação da Primavera dos Museus

A 10ª Primavera dos Museus teve um diferencial nas suas comemorações realizadas na Fundação Casa de José Américo, na Capital. Na quarta-feira (21) foi realizado um debate em torno de assuntos inéditos sobre a vida do seu patrono, compartilhado por pessoas que tiveram a oportunidade de participar da intimidade daquele ilustre ministro, governador e escritor paraibano. Os participantes falaram para a plateia interessada em conhecer mais sobre o aspecto pessoal de José Américo.

A conversa foi marcada por revelações. Uma delas partiu de Ítalo Kumamoto que, além de seu médico, estendia a visita para trocar ideias com o paciente. Segundo ele, numa dessas ocasiões, José Américo previu as dificuldades que acontecem no panorama político atual do Brasil. “Ele sabia que eu gostava de política e, após a consulta, me sentava ao lado da rede e conversávamos sobre o assunto. Aprendi muito com ele”, lembrou.

Além de Ítalo Kumamoto, participaram do bate-papo os jornalistas Gonzaga Rodrigues e Wills Leal, a historiadora Lourdinha Luna e a professora Neide Medeiros, a única que não o conheceu pessoalmente, mas que é uma especialista em torno da obra de José Américo, tecendo comentários literários e críticos da obra.

Gonzaga Rodrigues destacou que José Américo era uma figura legendária e que não era um político comum, porque vivia o seu Eu natural, independente do ambiente em que estava. Acrescentou que o admirava desde a adolescência e que vinha frequentemente a sua residência.

Lourdinha Luna, sua secretária durante 17 anos, disse que José Américo admirava as mulheres e que, certa vez, ele mesmo colou uma foto de Brigitte Bardot na parede com iscas de sabão. Segundo ela, também era admirador de Ney Matogrosso, gostando de sua maneira artística de se apresentar.

Wills Leal destacou que José Américo tornou-se romancista para fugir de sua austeridade e que, sempre pessoal, autêntico, entendia que escrever bem não era gravar o pensamento gramaticalmente impecável, mas aproximar-se da fala do povo. Para concluir o evento houve declamações de poesias por Bené Siqueira e Lindalva Xavier. O encontro foi aberto pelo presidente da Fundação Casa de José Américo, professor Damião Ramos Cavalcanti, e coordenado pela diretora do Museu, professora Janete Rodriguez.

A programação integrou as atividades da 10ª Primavera dos Museus, projeto promovida pelos museus brasileiros em parceria com o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram.