Justiça manda radialista apagar notícia e advogado fala em “censura”

Uma ordem judicial determinou que o radialista Emerson Machado, popular ‘Mofi’, remova uma postagem do seu Instagram. Mofi havia repostado uma publicação do Blog do Márcio Rangel, sobre um empresário que teria “tumultuado” uma festa em Campina Grande e agredido na sequência.

Segundo o advogado de Emerson Machado, Diego Lima, a postagem foi editada para dar as versões dos envolvidos. Ele lamentou ainda a decisão da Justiça, que veio justamente no aniversário do Golpe de 64.

“Quando a dona da casa de recepção nos ligou para dizer que não era nada daquilo, nós editamos a postagem. Uma decisão judicial determinando a retirada da notícia por pedido da família é lamentável. É uma censura, no dia do aniversário do golpe militar de 64 que censurou a liberdade de expressão naquela época. Emerson Machado noticiou um fato público, envolvendo pessoas públicas de destaque no Estado. A atividade jornalística não pode ser censurada. A própria ministra do STF, Carmem Lucia, já falou: ‘cala a boca já morreu’, em respeito à liberdade de imprensa”, observou.

Diego Lima lembrou, ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) é clara em resguardar a liberdade de expressão e disse que irá tomar as medidas cabíveis.

“Consideramos um exagero e vamos avaliar as medidas que iremos tomar. Nós não fomos notificados ainda, mas isso fere o respeito à liberdade de expressão dentro de um estado democrática de direito. Já é pacifica a jurisprudência do STF em respeito à liberdade de expressão ao trabalho jornalístico. Nos dias atuais não cabe mais censura. Emerson não teve a intenção denegrir a imagem das pessoas, mas dar o fato noticioso. Essa decisão homenageia o período sombrio de repressão justamente na data de aniversário do golpe. Entendemos como uma decisão injustiça que atinge a atividade jornalística”, concluiu.