Justiça aceita denúncia contra suspeitos de matar Dom e Bruno

A Justiça Federal aceitou, nesta sexta-feira (22/7), a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou réus os três homens apontados como suspeitos de participação nos assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. A decisão é do juiz federal Adriano Verli, da Vara Federal Cível e Criminal de Tabatinga (AM).

A denúncia foi ofertada pelo MPF nessa quinta (21/7). Os acusados são: Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado; Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Dantos, que é irmão de Pelado; e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha. Se condenados, eles responderão por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

O crime aconteceu em junho, quando Dom e Bruno viajavam pelo Vale do Javari, no Amazonas, realizando entrevistas com a comunidade indígena da região.

Na denúncia, apresentada ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM), onde o processo tramita em segredo de Justiça, o MPF se embasou nas confissões de Amarildo e Jefferson, enquanto Oseney teve a participação comprovada por depoimentos de testemunhas.

O documento ainda expõe prints de conversas e cita os resultados de laudos periciais, com a análise dos corpos e objetos encontrados pelos investigadores.

De acordo com o relatório do Ministério Público Federal, o que motivou o crime foi uma foto em que Bruno pediu para Dom registrar o barco dos acusados. O órgão classificou o crime como motivo fútil e, com isso, os criminosos podem ter a pena agravada.

O MPF destaca que a forma utilizada para assassinar Bruno, com um tiro nas costas, também é um fator qualificador, já que a vítima não teve nenhuma possibilidade de defesa.

O trabalho de apuração e elaboração da denúncia foi conduzido pela procuradora natural do caso, Nathália di Santo, lotada em Tabatinga, com a participação de quatro procuradores da República do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri: Samir Nachef Júnior, Edimilson da Costa Barreiro Júnior, Bruno Silva Domingos e Ricardo Pael Ardenghi.

Do Metrópoles.