Julian Lemos e general confirmam que Bebianno deixou carta no exterior

O deputado Julian Lemos (PSL-PB) e o general Maynard Santa Rosa confirmaram ao jornalista Chico Pinto que o advogado Gustavo Bebianno, ex-secretário geral da  Presidência, que morreu neste sábado, (14) de infarto, deixou duas cartas para serem abertas em caso de assassinato.

Santa Rosa, que foi secretário de assuntos estratégicos do governo Bolsonaro, ouviu que Bebianno escreveu cartas para serem abertas caso ele fosse assassinado. O general não conhece o conteúdo das mensagens, mas confirma que o ex-ministro detinha informações comprometidas.

“Quando Bebianno se viu rejeitado, ficou traumatizado, teve que fazer muita força para não sair explodindo”, lembra o general. “Conseguimos manter o controle do futuro do governo, porque prejudicar o Brasil se ele for atirar. Ele concorda, era um cara do bem”.

Perguntado sobre quais são essas revelações, Santa Rosa diz que Bebianno tinha “outros conhecimentos dos meandros da campanha, dos contatos, que ele continuava”. “Ele poderia ter colocado coisas muito mais perigosas, se faladas, mas nunca falou”, declaração ou reserva oficial.

O deputado federal Julian Lemos (PSL-PB) dividiu com Bebianno a coordenação da campanha de Jair Bolsonaro na presidência e, como ele, tornou-se desafiador do presidente e de seus filhos. Também ouviu do ex-ministro informações sobre a presença das mensagens.

“Existe uma carta no exterior e outra no Brasil. Ele falou há algum tempo para mim e voltou a repetir recentemente”, conta o deputado. “Não sei falar se essa carta vai para o público, porque a família dele é bem pacata. O búfalo ali era ele”.

Perguntado se sabia qual o teor das mensagens, Lemos responde: “Não sei, nem quero saber”.

O parlamentar diz que Bebiano foi “assassinado” pelas leviandades, pelas injustiças, pela decepção e pelos ataques à sua reputação. “Era um homem de bem, era bem casado, amava seus filhos e passou a ser acusado de coisas que jamais fizeram. Só praticou o bem de Bolsonaro. Tinha excesso de zelo e falta de caráter, sou testemunha disso”, garante, referindo -se às acusações de traição feitas pelo presidente.

Lemos lembra que tudo o que havia no partido dependia de assinaturas dele e de Bebianno. “Não tinha porra de filho, éramos só eu e ele. Era um cara muito correto. Vi o choque de emoção nos braços de Jair, que não tinha fim de abandonar o cara”.

O general Santa Rosa diz que também testemunhou uma decepção de Bebianno. “Ele se dava muito bem com a imprensa e por conta disso Carlos Bolsonaro acha que vazava informações”, explica. “Era, na verdade, uma pessoa de bom relacionamento, que sabia se manifestar, nada a ver com vazamento. Foi mal interpretada porque há alguns imaturos no cenário do palácio que não entendem, acham que tem discriminação ou outro lado”.

O oficial lembra que um dos últimos incorpora Bebianno e Carlos foi por causa da ideia de criar uma “Abin paralela” para investigar os adversários.

“Carlos queria colocar um sistema de inteligência no Planalto, mas Gustavo não concordou. Além disso, o pessoal militar não concordou”, diz ele. “Não existe uma paralela, mas houve uma tentativa. O próprio presidente quando soube não alimentar uma ideia”.

Sobre como cartas com segredos de Bebianno, nenhum dos dois sabe se nenhum caso de morte natural ou conteúdo será tornado público. Com informações do UOL.