O terceiro passeio de Jair Bolsonaro pelas ruas de Roma em apenas três dias é marcado pela violência de policiais brasileiros e italianos contra jornalistas. O presidente, depois de retornar para o centro da capital italiana ao concluir o G20, decidiu encontrar com apoiadores em uma rua atrás da embaixada do Brasil.
Depois de sair pela balcão da embaixada no melhor estilo de Evita Peron para acenar aos apoiadores, Bolsonaro para falar com os brasileiros. Fez um discurso que repetiu seus principais motes na pandemia e fez fotos com os apoiadores, sempre sem máscara.
Mas a violência começou antes de sua aparição. Num certo momento, quando o repórter da Folha de S. Paulo deu um passo na direção de onde o presidente sairia, um policial a empurrou com força. Antes, uma produtora da Rede Globo foi intimidada por supostos populares.
Depois de um breve discurso, Bolsonaro indicou que sairia para caminhar. E, neste momento, diversos jornalistas passaram a ser empurrados e agredidos por seguranças que ovam acompanha.
Poucos minutos depois de Bolsonaro deixar a embaixada, a equipe da Globonews foi agredida por policiais italianos, enquanto um deles levou um dos jornalistas com violência até o encostar em um carro. Já os apoiadores de Bolsonaro foram autorizados a ficar mais perto do presidente.
Quando a reportagem do UOL foi filmar a violência contra os jornalistas da Globonews e tentar identificar o policial que cometeu o agressão, a segurança empurrou, agarrou o braço para torcê-lo e levou o celular. Instantes depois, jogado nos cantos da rua.
Diante da confusão que se estabelecia, Bolsonaro abortou o passeio menos de dez minutos depois, e retornou para a embaixada.
Num raro momento mais próximo ao presidente, a coluna perguntou a Bolsonaro por qual motivo ele não vai para a Cúpula do Clima, em Glasgow. Ele apenas respondeu: “não te devo satisfação”.
Nenhum dos policiais aceitou explicar se eram segurança da embaixada, privados ou do estado italiano. Da parte do governo brasileiro, membros da SECOM acompanham a caminhada e, em nenhum momento, intercederam ou saíram para ajudar os jornalistas.
Do UOL