As jornalistas paraibanas Kiára Fialho, Sandra Moura, Sônia Lima, Zezé Béchade e mais 60 profissionais da área se uniram, durante a pandemia da Covid-19, para compartilhar sentimentos, pensamentos, impressões e ações no período. O resultado é o e-book “Isolamento Social – relatos de mulheres jornalistas”, que reúne experiências do dia a dia, tarefas domésticas, home office, família, idas ao supermercado, entre outros assuntos.
Tudo começou em 2018, no WhatsApp, com a criação do grupo “As Tramontinas”, em referência ao Tramonto Wine Bar, localizado no bairro de Manaíra, em João Pessoa, onde o primeiro encontro aconteceu e também a marca de utensílios domésticos, em remissão ao espaço doméstico. A ideia de criar o grupo no mensageiro chegou após uma segunda ida ao local, após comemoração de aniversário de uma das jornalistas.
“Da brincadeira, o grupo foi se firmando no ambiente virtual para compartilhar, como na sua formação de origem, boas notícias, funcionando como upgrade na autoestima feminina, na sororidade, no compartilhamento de conversas amenas, humoradas, mas, sobretudo, respeitosas com as mulheres”, destaca trecho.
Com a chegada da pandemia da Covid-19 em 2020, o grupo de jornalistas decidiu criar o e-book, com relatos de outras jornalistas durante o período de isolamento social. Para isso, foi feito um levantamento nas redes sociais como Facebook e Instagram, além da procura em grupos de jornalistas nas mídias digitais. O critério era ser mulher, jornalista e estar cumprindo o distanciamento social, preferencialmente na Paraíba.
O resultado foi a união de 64 mulheres jornalistas para a criação do e-book, que conta com suas narrativas sobre vários aspectos do período de confinamento, como momentos de medo, angústia, insegurança, tensão, solidão, insônia, fragilidade, exaustão e morte.
Os depoimentos, escritos entre os meses de maio e agosto de 2020, contam situações enfrentadas pelas profissionais durante o período, e foram vivenciados nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Conde, Cajazeiras, Patos e Sousa. Além disso, três jornalistas que atuaram na Paraíba, mas que vivenciaram o confinamento fora do país, foram convidadas para participar do e-book. Duas delas vivem, temporariamente, em Portugal, e a terceira está radicada na Grécia.
“(…) são mulheres que se ergueram, que sobreviveram, que transformaram as suas rotinas, com a ressignificação da suas vidas, seja pela leitura, fé, ciência, tecnologia, seja pelo conforto espiritual, autoconhecimento, religião, filosofia, arte, memória afetiva. Enfim, de uma forma ou de outra, buscaram alívio para esses dias incertos, nostálgicos, estranhos, dessa pandemia da Covid-19 que já é considerada a peste do século XXI.”
