Jogadores do Campinense saem de campo abatidos após derrota na Série D

O golpe sofrido pelo Campinense logo na estreia na Série D do Campeonato Brasileiro não deve estar sendo fácil de assimilar. A Raposa começou a briga pelo acesso à Série C perdendo de virada, com gol nos acréscimos, para um time que havia perdido todos os jogos no ano até então e que chegou atrasado para a partida desse domingo e mal aqueceu antes de entrar em campo. Após a derrota por 4 a 3 para o Atlético-PE, o abatimento estava estampado no rosto e nas falas dos jogadores. Leomir e Negretti, por exemplo, falaram em vergonha e em tristeza no momento de tentar explicar o que, para eles próprios, é inexplicável.

Os dois jogadores foram o retrato fiel do desânimo dos rubro-negros ainda no campo do Estádio Paulo Petribu, em Carpina, no interior de Pernambuco. Cabisbaixos e com poucas palavras, eles comentaram o vexame minutos após o fim da partida. Um dos últimos a deixar o campo, o volante Negretti resumiu a sensação após a derrota: vergonha.

Quando mencionou a “postura de tentar ampiar o resultado”, Negretti se referia à vantagem que o Campinense construiu no primeiro tempo. Depois de esperarem quase 30 minutos pelo adversário – que se atrasou por conta de problemas no transporte -, os jogadores rubro-negros começaram a partida indo para cima, tentando pressionar um acuado Atlético-PE, que mal aqueceu antes de a bola rolar.

A Raposa era melhor em campo, mas viu os atleticanos abrirem o placar aos 31 minutos, na primeira falha da sua defesa. Cajá marcou para os donos da casa. O Campinense reagiu bem, empatou aos 35 com Augusto, virou aos 43 com Reinaldo Alagoano e ampliou aos 45 com Maranhão. Aliás, o terceiro foi um golaço, cobrindo o goleiro adversário.

Parecia que o time paraibano não apenas administraria o resultado na segunda etapa, como ampliaria o placar, como Negretti mesmo disse. Que nada! Logo aos 3 minutos, saiu o segundo gol do Atlético-PE. Em mais uma falha defensiva do Campinense, Cesinha aproveitou. E depois de o jogo chegar a ficar morno na metade do segundo tempo e parecer que, aí sim, a Raposa apenas seguraria o placar de 3 a 2, veio a surpresa, o baque, a derrota.

Aos 38, Wellington empatou após Glédson sair mal do gol em uma cobrança de falta na área. E já nos acréscimos, aos 48, de novo Wellington. Ele recebeu o passe na entrada da área, girou com a marcação encostada e tocou para marcar o quarto do Atlético-PE. O da virada. O da derrota do Campinense. O do vexame rubro-negro.

 

O volante Leomir, que fazia a sua estreia oficial com a camisa rubro-negra, também tentou encontrar uma explicação para a derrota. Na verdade, logo de cara, admitiu que não dava para explicar o que havia acontecido.

– Não tem explicação. A gente conseguiu reagir no primeiro tempo e virar o jogo, construir um bom placar. Mas na segunda etapa não sei o que aconteceu. Tomamos três gols em jogadas aéreas. Mas temos que levantar a cabeça e seguir em frente – comentou Leomir ao deixar o campo.

A derrota rubro-negra fica ainda mais difícil de aceitar quando se olha para o histórico do adversário nesta temporada. O Atlético-PE não vencia há 16 jogos. Nas 16 partidas que fez no Campeonato Pernambucano deste ano, foram três empates e incríveis 13 derrotas. Na primeira fase, o time fez seis jogos, empatou três, perdeu três e precisou disputar o Hexagonal da Permanência, para tentar evitar a queda para a 2ª divisão. Fez mais 10 partidas. Perdeu todas e foi rebaixado.

Mas, em campo, os jogadores atleticanos – que chegaram atrasados no estádio por conta de problemas com o ônibus e que mal aqueceram antes de a bola rolar – mostraram o tempo todo que queriam vencer. Mesmo quando começaram o segundo tempo perdendo por 3 a 1, brigaram o tempo todo pela vitória. E foram premiados com o gol de Wellington aos 48 do segundo tempo. Festejaram sozinhos, já que a torcida não pôde ir às arquibancadas porque o estádio não tinha laudos liberando a presença de público.

O Campinense, de sua parte, junta os cacos para seguir sua caminhada na Série D. No próximo domingo, a Raposa recebe o Itabaiana no Amigão, pela segunda rodada do Grupo A8. Os sergipanos, aliás, estrearam sendo goleados em casa, por 4 a 1, pelo Flu de Feira, e são os lanternas da chave. Resta saber se uma semana vai ser suficiente para o técnico Aílton Silva organizar a casa e fazer o Rubro-Negro jogar melhor e vencer em casa. Ou, pelo menos, evitar um novo vexame.

Informações G1.