Uma zagueira do clube Auto Esporte registrou boletim de ocorrência contra um policial militar que a teria agredido, na noite desta terça-feira (12), durante uma partida do Campeonato Paraibano de Futebol Feminino, em João Pessoa.
Um vídeo gravado durante o jogo entre Kashima e Mixto-PB, no Estádio Wilsão, em Mangabeira, mostra o momento do tumulto envolvendo a PM. A atleta estava na arquibancada assistindo o jogo, discute com um policial e é derrubada no chão.
De acordo com a atleta Emily Pedrosa, o policial que aparece nas imagens havia saído do local, em seguida tirou os óculos, a arma e o rádio, e voltou para agredir fisicamente a jogadora, que sofreu um tapa no rosto, foi segurada pelos cabelos e derrubada no chão. “Ele me enforcou, achei que fosse morrer. Já estava me debatendo”, afirmou.
Confira o vídeo:
Emily informou que prentende processar o PM por danos morais e abuso de autoridade. Ela ainda disse que foi à ouvidoria da Polícia Militar nesta quarta-feira (13) para dar abertura no processo criminal e administrativo contra o policial.
A Ouvidoria da Polícia Militar confirmou a solicitação de abertura do processo criminal feita pela atleta, nesta quarta-feira (13). Segundo a ouvidoria da PM, tenente-coronel Valtânia Ferreira, ainda nesta quinta-feira (14) a denúncia será encaminhada para a Corregedoria, onde os vídeos e os depoimentos dos envolvidos serão analisados. Após a apuração será decidido o que vai acontecer com o policial envolvido. A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na Delegacia da Mulher e que tem 30 dias para concluir a investigação.
Tumulto entre atletas e policiais
Emily esclareceu que a confusão começou quando uma das mulheres pegou uma bicicleta e jogou em cima de uma outra atleta do Auto Esporte. A polícia foi acionada e chegou ao local para acalmar a situação. Segundo a atleta, os policiais estavam exaltados e o PM que praticou a agressão também arrancou o celular da mão dela.
O presidente do Auto Esporte comentou sobre o caso e disse que vai apoiar Emily e lembrou que um policial deve garantir a ordem e não agredir e entrar em conflito. “Isso não pode ficar assim. Até agora, eu não me defini em relação a essa situação. Para mim, para o clube e para as pessoas que comandam o clube, o mais importante é apoiar a atleta. A Polícia Militar é uma instituição que eu tenho muito apreço. Se eu publicar uma nota, pode ser que cause um efeito contrário e eu não quero isso”, afirmou Helamã Nascimento.