João Pessoa está entre as capitais com maior queda no custo da cesta básica

Capital paraibana se destacou com uma queda de 4,10%, sendo a segunda maior retração no país, atrás apenas de Fortaleza, onde a queda foi de 6,94%

João Pessoa tem a 3ª maior alta da cesta básica no país, aponta Dieese
Foto: Ilustração

O custo da cesta básica voltou a registrar queda nas 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) entre julho e agosto de 2024. Entre as cidades que apresentaram maiores reduções no preço dos alimentos, João Pessoa se destacou com uma queda de 4,10%, sendo a segunda maior retração no país, atrás apenas de Fortaleza, onde a queda foi de 6,94%.

Além de João Pessoa, outras capitais também registraram quedas expressivas, como Goiânia (-4,04%), Porto Alegre (-3,78%) e Florianópolis e Natal, ambas com -3,38%.

Cesta mais cara e mais barata no país

São Paulo manteve-se como a capital com o maior custo da cesta básica, com o valor médio de R$ 786,35, seguida por Florianópolis, onde o conjunto de alimentos essenciais custa R$ 740,82. Por outro lado, nas capitais do Norte e Nordeste, a cesta básica apresentou valores significativamente menores. Aracaju lidera com a cesta mais barata, custando R$ 516,40, seguida por Recife, com R$ 533,12.

Produtos com queda e aumento de preços

A redução no valor da cesta básica foi impulsionada principalmente pela queda no preço de itens como o tomate, que ficou mais barato em todas as 17 capitais pesquisadas, o feijão, com baixa em 15 cidades, e o leite, com redução em 12 capitais. Contudo, nem todos os produtos seguiram essa tendência: o preço do café subiu em todas as capitais, assim como o óleo de soja, que teve aumento em 15 das cidades pesquisadas.

Comparação anual e comprometimento do salário

Ao comparar os valores de agosto de 2024 com o mesmo mês do ano anterior, observou-se que, embora em 11 capitais o custo da cesta tenha caído, como em Brasília (-3,66%) e Curitiba e Salvador (ambas com -0,02%), em outras nove cidades houve aumento, com destaque para São Paulo (3,33%) e Belém (3,02%).

Em média, o trabalhador comprometeu 50,13% do salário mínimo líquido (descontado o percentual de 7,5% da Previdência Social) para adquirir a cesta básica, representando uma leve melhora em relação a agosto de 2023, quando esse percentual era de 53,57%.

Salário mínimo ideal

O Dieese estima que, com base na cesta mais cara, o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas em agosto de 2024 deveria ter sido de R$ 6.606,13, o equivalente a 4,68 vezes o salário mínimo vigente de R$ 1.412. No mesmo período de 2023, o valor necessário foi calculado em R$ 6.389,72, ou 4,84 vezes o salário mínimo da época, que era de R$ 1.320.

Esses números reforçam a importância da vigilância sobre os preços dos alimentos básicos, principalmente nas regiões com maior vulnerabilidade econômica, como o Norte e o Nordeste.