“João Pessoa é uma cidade que não sabe o que é planejamento”, sentencia Charliton

“João Pessoa é uma cidade que não sabe o que é um planejamento”, criticou o Professor Charliton. A crítica do candidato do PT a prefeito de João Pessoa não vai apenas para o prefeito Luciano Cartaxo, mas também para gestões anteriores. No caso do atual prefeito, segundo ele, por falta de “competência, seriedade e compromisso”, foram perdidas verbas federais, o que resultou no sacrifício da população e na falta de desenvolvimento da cidade, e tudo isso por falta de planejamento. No final de 2012, estavam previstos do governo federal para a capital recursos na ordem de quase R$ 1 bilhão, acordados entre a entre equipe de transição Agra-Cartaxo e o governo Dilma. A PMJP não se preparou para recepcionar e aplicar os recursos.

De acordo com a sua avaliação, as últimas gestões municipais não pensaram a cidade a longo prazo: “As últimas gestões municipais  pensaram sobre o futuro da Capital paraibana, no sentido de desenvolver ações imaginando como estaríamos dez, vinte anos adiante.  Tudo sempre foi feito para resolver o imediato, e resolver os seus interesses. Hoje a população sofre as consequências dessa forma limitada de administração, e precisamos romper esse ciclo resgatando o planejamento urbano e o compromisso com a população”.

No entendimento do Professor Charliton, além de desenvolver um planejamento para a cidade pensando nos próximos anos, é preciso que outros pontos sejam considerados. “Além de projetar a cidade para as futuras gerações, não esquecendo aqueles que vivem a João Pessoa de hoje, devemos ter como foco o crescimento ordenado, sustentável e que caminhe em harmonia com a legislação urbana. Precisamos, e é possível, conciliar atividades econômicas, ocupação regular do solo e o respeito ao meio ambiente”.

“O que muito foi feito em nossa cidade pelos últimos prefeitos, e continua sendo mantido pelo prefeito atual, é a permissão da ocupação desordenada do solo. Instrumentos como o Plano Diretor tem que ser respeitados. Os produtos dessa permissibilidade, que traz vantagens apenas para um pequeno grupo de pessoas, são a degradação ambiental e a expulsão de famílias que tinham naqueles espaços a referência de toda uma vida. João Pessoa está sendo construída apenas para aqueles que podem pagar, um verdadeiro capitalismo selvagem”, disse. Como prefeito, trabalharei para atrair empreendimentos privados, sim. Mas, estes deverão ser instalados em consonância com a lei e os interesses da cidade. O Manaíra Shopping é um exemplo. Um investimento importante mas que causou grandes prejuízos ao meio-ambiente e à população pobre em seu entorno. Neste caso, o poder público foi omisso e o caso corre na justiça até hoje. No meu governo, o empresário será bem-vindo a contribuir com a cidade nos termos do interesse público. Nem haverá privilégios nem a criação de dificuldades como a tão falada “Taxa Z”.

Para mostrar que é possível planejar uma João Pessoa para o futuro, o pré-candidato do PT citou algumas ações que podem ser implantadas na cidade, e que não foram por inoperância daqueles que estiveram no poder ou por aqueles que ainda estão à frente da cidade: “Criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico para a formulação de projetos e exercício do controle social; fortalecimento da Região Metropolitana incorporando os municípios de Bayeux, Santa Rita e Cabedelo; construção do Pólo Tecnológico da Capital no Centro Histórico; vamos tratar com seriedade o Plano Cidades Emergentes e Sustentáveis e implementar o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica; fiscalizar as obras da construção visando cumprir os condicionantes legais e criar o Programa Municipal de Monitoramento de Metas, para o povo saber se o governo está cumprindo com seus compromissos ou não”.

“Tudo o que citei é viável e executável. Vamos também consultar a população sobre os projetos de grande impacto. Obras como a proteção da Barreira do Cabo Branco, por exemplo, precisam ser feitas ouvindo-se os principais interessados. Hoje possuímos mecanismos tecnológicos para se fazer consultas à população, como pretendemos a fazer. Precisamos de uma gestão moderna e uma cidade que crie espaços para a participação social, sempre pensando no compromisso das gerações atuais com as gerações futuras, de forma socialmente includente e economicamente sustentável”, concluiu o Professor Charliton.