João critica decisão de prefeitos sobre reabrir comércios e diz que não há respaldo científico

O governador do Estado, João Azevêdo, em entrevista na noite desta quinta-feira (16), ao programa 60 Minutos da Rádio Arapuan, criticou duramente a postura dos prefeitos que estão cogitando a flexibilização do isolamento social, com a abertura do comércio e outras atividades, pois, de acordo com ele o quadro para a evolução do contágio pelo coronavírus nos próximos dias é preocupante.

“Ver pessoas decidindo flexibilização de comércios e de outras atividades, sem o mínimo respaldo científico, é preocupante. O quadro que nos foi apresentado, foi de preocupação para os próximos dias, pois a contaminação será cada vez maior”, assegurou.

Cidades como Campina Grande e Patos já permitiram o retorno do comércio, além de outras cidades estarem a ponto de flexibilizar a abertura também. João censurou a postura dos prefeitos que, nas palavras usadas por ele, estão cedendo a “pressão de grupos econômicos”. Para ele o posicionamento desses chefes do Executivo, está equivocado.

“Quando eu vejo prefeitos pensando única e exclusivamente, porque sofreram pressão de grupos econômicos, que não estão pensando nas consequências do que está por vir. Isso é extremamente preocupante. Continuo dizendo o que eu disse, desde a primeira vez sobre a posição de alguns prefeitos: está equivocada!”, criticou.

Para João eles estão buscando respaldo em uma fala do ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, que foi interpretada de forma errada.

“Usou-se para isso uma fala do ministro, dizendo que se o município não está usando 50% dos seus leitos, pode fazer a abertura. Não é verdade. O que o ministro disse foi que quando um município estiver instalado todos os leitos e tiver realizado um número de testes na população, que tenha condições de traçar um perfil epidemiológico, quando tivermos atingido o pico de contaminação, aí eles podem fazer a flexibilização”, explicou.

João ainda complementou: “Nós não atendemos a nenhum desses questionamentos. Nem Guarabira, Areia ou Campina Grande tem hoje os leitos preparados para enfrentar o pico de contaminação, nem a realização de exames em quantidade para traçar o perfil epidemiológico. fazer isso é um risco muito grande”.