“O Regimento Interno da Assembleia Legislativa da Paraíba foi rasgado na sessão deste domingo pelo deputado Ricardo Marcelo que quer ser juiz, rei, que tudo pode; É deprimente o que está acontecendo hoje aqui”, afirma o deputado Jeová Campos (PSB). A afirmação do parlamentar da base governista baseou-se no fato do ex-presidente da Casa de Epitácio Pessoa não ter levado em consideração que o plenário é soberano e que como candidato a reeleição Ricardo Marcelo não poderia conduzir o processo de eleição da Mesa Diretora porque isso fere o princípio da imparcialidade e o artigo 66 do RI da ALPB.
O impasse começou logo após a solenidade de posse dos 36 deputados, quando Jeová Campos apresentou uma propositura, subscrita por 21 parlamentares, solicitando que Ricardo Marcelo não conduzisse a eleição da Mesa já que ele seria parte interessada no processo. Além disso, o requerimento também solicitava que a eleição fosse feita por cédula ao invés do processo digital. Ricardo Marcelo ignorou a solicitação e não a levou a plenário. “Ele não poderia ter feito isso, pois ele não é mais presidente desta Casa. Ele era até a meia-noite”, lembrou Jeová.
Segundo Jeová, desde a última quarta-feira foi solicitada uma auditoria no sistema de urna eletrônica da ALPB, o que não foi feito. “Nós defendemos que a eleição seja por meio de cédula porque a urna não foi auditada. Queremos um processo democrático que externe a maioria do parlamento, sem manipulações de qualquer ordem ou espécie”, destaca o parlamentar. Pouco antes da sessão ser recomeçada, Jeová lamentou todo o ocorrido e ainda mantinha a expectativa que fosse construído um consenso e que a eleição da mesa fosse realizada ainda neste domingo por meio de cédulas.