iPhone falso: veja 5 dicas para identificar e evitar cair em golpes

Comprar um iPhone falso é algo a que qualquer consumidor está sujeito. O celular da Apple é renomado, tendo vida útil que pode chegar ou até passar de cinco anos, o que torna a compra de um modelo seminovo uma boa opção para fugir dos preços abusivos de lançamento. Porém, com a maioria das lojas de e-commerce operando também como marketplaces, esses ambientes, teoricamente seguros, também estão repletos de golpes. Criminosos podem vender iPhones falsos como se fossem originais, já que é fácil criar uma loja virtual nestes sites.

É importante mencionar que isso pode acontecer em sites criados especificamente para a pessoa “desapegar” de produtos usados, como OLX, Enjoei, e originalmente até o Mercado Livre, quando surgiu em 1999 como um site de leilões pela Internet. Para ajudar você a fugir de ciladas, aqui temos uma lista com algumas dicas importantes para evitar golpes ou buscar seus direitos caso compre um iPhone falso. Confira a seguir.

Como identificar um iPhone falso?

 

Os iPhone genéricos não são uma novidade. Prova disso é que os HiPhones existem desde as primeiras gerações do celular. Contudo, com o crescimento acelerado dos ambientes de marketplace na última década, é cada vez mais comum ver usuários agindo de má-fé, tentando repassar esses aparelhos como sendo originais de segunda mão, em uma tentativa de justificar o preço reduzido. Felizmente, os procedimentos para identificar se um iPhone é original são relativamente simples. Veja abaixo.

1. Verifique o IMEI

 

O primeiro passo é conferir se o IMEI do aparelho negociado é verdadeiro. Ambas as informações estão disponíveis na parte traseira da caixa do produto e no menu de “Ajustes”, no submenu “Geral” dentro da seleção “Sobre”. Durante a negociação do iPhone usado, solicite fotos da caixa identificando os dados em questão e um vídeo de captura mostrando o caminho até esses dados.

Verificando o IMEI de um dispositivo iOS através das configurações do sistema — Foto: Reprodução/Marvin Costa
Verificando o IMEI de um dispositivo iOS através das configurações do sistema — Foto: Reprodução/Marvin Costa

Confira se o código da caixa e do menu interno são os mesmos e depois verifique se são válidos nos canais oficiais. Como todos os aparelhos vendidos no Brasil precisam de homologação, basta inserir o IMEI no serviço de Consulta Legal da Anatel. Se a situação do código for irregular, é muito provável que se trate de um modelo falsificado.

Verificação de IMEI no Consulta Celular Legal - Anatel — Foto: Reprodução/Anatel (Editada por Daniel Trefilio)

Verificação de IMEI no Consulta Celular Legal – Anatel — Foto: Reprodução/Anatel (Editada por Daniel Trefilio)

2. Verifique o número de série

 

Um dado ainda mais importante que o IMEI para conferir se o aparelho é falsificado ou não é o seu Número de Série, descrito geralmente como “S/N”. Ele também está detalhado na caixa, próximo ao código de barras de identificação, e no menu “Sobre”.

Repita o processo para identificar o IMEI, mas busque o número de série logo no início da página de informações, próximo das especificações sobre o Sistema Operacional. Esse dado é mais relevante que o IMEI porque o IMEI permite apenas verificar se o celular está regularizado, enquanto o número de série permite identificar o modelo do aparelho.

Consulta de IMEI e Número de Série do iPhone no Menu de Ajustes — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio
Consulta de IMEI e Número de Série do iPhone no Menu de Ajustes — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio

Uma primeira forma de realizar essa consulta é utilizar o serviço da Apple na página de verificação de garantia. Insira o número de série e o código de verificação contra bots; caso o número seja verdadeiro, o site indicará exatamente o modelo, a data da compra e se ele ainda está na garantia. Uma segunda alternativa é simular uma troca do aparelho no serviço de BuyBack do iPlace. Ao inserir o S/N na página de troca, o sistema da iPlace detalha, além do modelo, a cor e opção de armazenamento do iPhone.

Consulta de modelo do iPhone pelo IMEI — Foto: Reprodução/Apple e iPlace (Editada por Daniel Trefilio)

Consulta de modelo do iPhone pelo IMEI — Foto: Reprodução/Apple e iPlace (Editada por Daniel Trefilio)

3. Observe se o sistema é iOS

 

Um dos motivos para solicitar que o vendedor faça uma captura da tela para buscar o número de série e IMEI do aparelho é, justamente, conferir se ele está operando com iOS e em qual versão. Os iPhones falsificados costumam operar versões antigas do Android, apenas com um launcher personalizado que imita a interface do iOS. No entanto, a aparência e disposição dos menus de configuração do sistema são bem diferentes. Mesmo com um vídeo, é recomendado ver o celular pessoalmente, caso o vendedor esteja na mesma cidade, e só finalizar a compra após garantir a autenticidade do produto.

iOS é sistema oficial do iPhone — Foto: Mariana Saguias/TechTudo
iOS é sistema oficial do iPhone — Foto: Mariana Saguias/TechTudo

Inclusive, mesmo que o vendedor proponha realizar a venda por um preço menor que o do anúncio para receber o pagamento fora do aplicativo, recuse. Isso porque mesmo que toda a negociação tenha sido realizada nas plataformas oficiais, os marketplaces não se responsabilizam por compras efetuadas fora do seu ecossistema. Sendo assim, se o iPhone apresentar algum problema, não há como acionar o suporte do site para tentar uma conciliação com devolução do aparelho e reembolso. Nesses casos, será preciso conversar diretamente com o vendedor e envolver a justiça, se necessário.

4. Analise o acabamento do celular

 

Compare as fotos reais enviadas pelo vendedor com as imagens oficiais do iPhone, que você pode ver no site da Apple ou em análises detalhadas, para identificar possíveis inconsistências. Se puder ver o iPhone de perto, essa verificação será ainda mais segura. Se não, peça fotos e vídeos do celular ligado e em uso, e observe atentamente os detalhes do acabamento.

Embora os iPhones tenham um visual parecido desde o iPhone X, alguns detalhes mudam entre os modelos, como a posição das câmeras e o tamanho do recorte da tela para a câmera frontal. A maioria dos aparelhos falsos usa carcaça de plástico fosco e pode ter botões a mais ou a menos, enquanto o iPhone geralmente tem a traseira em alumínio ou aço polido, com detalhes nas bordas que podem variar de acordo com o modelo.

iPhone 15 Pro tem acabamento em titânio — Foto: Mariana Saguias/TechTudo
iPhone 15 Pro tem acabamento em titânio — Foto: Mariana Saguias/TechTudo

5. Teste recursos Apple

 

Como já mencionado, muitos iPhones falsificados utilizam interfaces que imitam a aparência do iOS, de forma que, mesmo pessoalmente, uma análise muito rápida pode não ser suficiente. Contudo, como a Apple tem um ecossistema fechado e extremamente bem integrado, uma forma de eliminar qualquer dúvida é testar serviços exclusivos do iPhone, como a assistente virtual Siri, ou apenas a loja de aplicativos App Store.

Nos dois casos será preciso estar conectado à Internet. Caso o iPhone já esteja sem chip e o vendedor não tenha um para realizar o teste, roteie a Internet do seu próprio celular. Se o ícone da App Store direcionar para a loja oficial da Apple para iOS e a Siri interagir normalmente, o iPhone é original.

Siri acionada no iPhone — Foto: Unsplash/Omid Armin
Siri acionada no iPhone — Foto: Unsplash/Omid Armin

Como evitar comprar um iPhone falso?

 

O iPhone é possivelmente o maior sucesso de Apple dos últimos anos, tanto em termos de penetração de mercado quanto em termos de qualidade de produto. Tanto por isso, ele retém muito o preço de revenda, desvalorizando entre 30% e 40% após o primeiro ano, mas não muito mais que isso em até dois anos subsequentes. O iPhone 14 usado mais básico, por exemplo, ainda hoje pode ser encontrado custando até R$ 6 mil a preço cheio em revendedores oficiais, como na iPlace, ou até mais caro caso alguma loja do varejo ainda o tenha em estoque.

Por essa razão, sempre desconfie de preços muito baixos para iPhones usados. Um dos motivos que leva os consumidores a buscar os produtos da Apple é, justamente, que eles são relativamente fáceis de revender e a preços não muito abaixo dos praticados no lançamento. Outra dica importante para fugir de falsificações é optar sempre por lojas oficiais ou, no mínimo, vendedores com boa reputação. Só compre de vendedores individuais se for possível conferir o aparelho pessoalmente — e ainda assim nada garante que essa economia não irá render dores de cabeça no futuro.

Compre iPhones em lojas oficiais ou com boa reputação — Foto: Reprodução/Mercado Livre
Compre iPhones em lojas oficiais ou com boa reputação — Foto: Reprodução/Mercado Livre

Lojas como a iPlace, Trocafone ou Trocafy têm políticas sérias de recondicionamento de celulares usados para revenda, como pequenos reparos, troca de tela e até da bateria quando necessário. Além disso, serviços de revenda de smartphones usados ainda oferecem garantia de três meses caso o aparelho apresente algum defeito não identificado anteriormente. Outra vantagem é que é possível utilizar seu celular usado como crédito de pagamento para pegar um modelo mais moderno, mesmo que ele não seja o mais novo do mercado.

Por fim, sites de importação como Shopee ou AliExpress apresentam os mesmos riscos de comprar aparelhos usados de terceiros, com alguns agravantes, como não ter como realizar a maioria dos testes sugeridos. Isso faz deles um prato cheio para os golpistas que simplesmente encerram a loja e desaparecem após concluir a venda de um produto falsificado ou com defeito, não havendo muito para quem recorrer além do suporte das próprias plataformas.

Comprei um iPhone falso. E agora?

 

Se mesmo seguindo todas essas dicas você ainda foi vítima de golpe e comprou um iPhone falso, nem tudo está perdido, especialmente se a compra foi realizada em uma plataforma digital com representação oficial. Durante as negociações, registre todas as conversas e imagens, salve áudios e faça captura de todas as telas do processo. Isso será extremamente útil para acionar o suporte dos marketplaces, e é imprescindível caso seja necessário recorrer à justiça em último caso.

Conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC), todo cliente pode devolver qualquer produto e solicitar o reembolso em até sete após receber a mercadoria como “direito de arrependimento”. Entretanto, isso só vale apenas para lojistas com registro, e não se aplica a usuários se desfazendo de produtos usados. No primeiro caso, o procedimento é relativamente simples e está disponível em praticamente todas as grandes operadoras de e-commerce: basta acessar a página da compra, solicitar a devolução do produto e estorno do valor e seguir o passo a passo.

Ao final do processo o consumidor receberá um código de despacho por logística reversa, com validade de até 15 dias. Basta embalar o iPhone conforme as recomendações de envio, ir a uma agência dos correios ou transportadora designada e devolver o produto sem custo adicional. O estorno é geralmente registrado imediatamente após a confirmação de envio, mas a liberação valor pode variar conforme a operadora do cartão de crédito.

Shopee permite devolver produtos falsos e solicitar reembolso — Foto: Mariana Saguias/TechTudo
Shopee permite devolver produtos falsos e solicitar reembolso — Foto: Mariana Saguias/TechTudo

Caso a plataforma se recuse a acatar o pedido de devolução, sempre existe a possibilidade de realizar uma solicitação no Reclame Aqui e tentar resolver a situação de forma amigável. Se ainda assim a devolutiva do site for negativa, será preciso abrir uma denúncia no Procon da sua cidade e, muito provavelmente, abrir um boletim de ocorrência, uma vez que a venda de produto falso como original é crime previsto no o CDC:

  • Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
  • Pena — Detenção de três meses a um ano e multa.
  • § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
  • § 2º Se o crime é culposo; Pena — Detenção de um a seis meses ou multa.

 

Se a compra foi realizada de um usuário individual, só existem duas opções: negociar uma devolução diretamente com o vendedor, ou procurar uma delegacia e registrar o boletim de ocorrência (B.O). Neste último cenário, todo registro da negociação do produto conta como prova e deve ser anexada ao B.O.

Vale lembrar que não necessariamente a solução será rápida, e talvez seja preciso comparecer à delegacia novamente quando intimado para prestar novos esclarecimentos; não fazê-lo pode resultar no arquivamento do processo. Ou seja, o melhor é evitar comprar iPhones usados de desconhecidos ou sites suspeitos, e optar por programas de economia circular, como o BuyBack, do iPlace, ou o Troca Smart, da Trocafone.

Do Techtudo com informações de AnatelAppleiPlaceJusbrasilProconScreenFixedTrocaFone