Os profissionais da saúde do Instituto Cândida Vargas (ICV) realizam uma série de cuidados nas primeiras horas de vida dos recém-nascidos. São feitos testes, aplicações de vacinas e orientações sobre a importância do leito materno para o crescimento saudável do bebê. Mas, havendo alguma complicação no parto, há uma estrutura de terapia de referência.

A pediatra e coordenadora da UTI neonatal do ICV, Juliana Soares, afirma que, após o parto, o bebê é colocado junto à mãe, para haver o contato pela pele. “A mãe já amamenta na primeira hora de vida do filho e não sai mais de perto dele. É feito um exame físico completo do bebê em até 24 horas após o parto, para ver se não há má formação. Também verificamos se o bebê já consegue defecar e urinar nas primeiras 12 horas de vida”.

Conforme orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria, a alta do bebê é em até 48 horas. Neste período, são aplicadas as vacinas de BCG e hepatite. “Também são feitos o teste do olhinho, para ver se há o reflexo vermelho, e o teste do coração. Este exame mede a saturação de oxigênio. Se houver algo irregular, fazemos um ecocardiograma, daí o médico avalia se é caso cirúrgico”, explica a pediatra.

Neste ano, o ICV reformou e ampliou o ambulatório de cardiologia. Já o teste do pezinho, é agendado para o quinto dia de vida do bebê, considerando que ele deve ser feito após 72 horas de vida.

Primeiro filho – Jussielly Monique, de 22 anos, deu à luz Henry Andrade, seu primeiro filho, por parto cesáreo, após 39 semanas de gestação. “Estou muito feliz em ser mãe. É uma experiência surreal. Graças a Deus deu tudo certo. Os médicos me explicaram tudo, fui muito bem atendida aqui. Meu filho já foi vacinado e estou amamentando”, conta a mãe.

A médica Juliana Soares destaca a importância da amamentação na saúde do recém-nascido. “A puérpera precisa muito do apoio da família. Normalmente, ela fica insegura, acha que seu leite é fraco, e quer dar mamadeira para a criança parar de chorar. Mas é preciso que a família apoie, incentive a amamentação e contribua com esta mãe para que ela possa descansar e cuidar de seu filho, até porque quando ela dá mamadeira, deixa de produzir leite”.

Cuidados especiais – O bebê pode ter algum sofrimento no nascimento, que pode desencadear distúrbios no futuro. A pediatra Juliana Soares explica que, se ele sofreu ou se não chorou no parto, é preciso haver uma atenção especial, com avaliação neurológica. Neste caso, é preciso acompanhar com o pediatra o desenvolvimento psicomotor da criança, para ver se ela atinge os objetivos do desenvolvimento.

Quando o bebê nasce com problemas, como falta de oxigênio ou infecção da mãe, ou se é pré-maturo, ele não fica com a mãe. “Se precisa de oxigênio, fica na unidade de terapia intensiva (UTI). Se não precisa, fica na unidade de cuidados intermediários (UCI). Eles são tratados com antibióticos, recebem sangue do nosso Banco de Sangue, e leite retirado pela mãe e pasteurizado no Banco de Leite, já que o pré-maturo não consegue mamar no peito. Se a mãe não tem leite, usamos o estoque de doações”.

Mãe canguru – O ICV é referência estadual atestada pelo Ministério da Saúde no método Mãe Canguru, composto por três etapas. Na primeira, o bebê fica interno na UTI, mas a mãe tem que estar ao lado dele o tempo todo. Na segunda, numa enfermaria específica, a mãe e o bebê ficam em contato de pele e unidos por uma bolsa, simulando a bolsa do canguru. Na última etapa, eles podem ir para casa, mas retornam a cada dois dias para avaliação no ICV.

“Estudos comprovam que o contato com a mãe, sua fala, produz uma melhora grande nas condições clínicas do recém-nascido”, frisa a pediatra Juliana Soares.

A Enfermaria Canguru possui 18 leitos, cozinha e três quartos para a mãe. Uma das usuárias é Aparecida Medeiros, de 22 anos, que está radiante com a alta da filha Maria Vitória, de dois meses e 15 dias de vida. Ela nasceu pré-matura, após sete meses de gestação, na cidade de Princesa Isabel, mas devido a um problema na coluna vertebral, foi submetida a duas cirurgias. Em seguida, ela foi internada na UTI do ICV.

“Agora ela está muito bem. Ela já consegue mamar do peito há mais ou menos um mês. Depois que saiu da UTI, ela ficou comigo na enfermaria da Mãe Canguru e agora vamos para casa”, comemora Aparecida Medeiros.