Influenciadora relata assédio em loja de bairro nobre: “perguntou se queria ver o órgão genital dele”

Uma influenciadora digital baiana relatou ter sofrido assédio em uma delicatessen no bairro da Graça, em Salvador. Ela conta que, na ocasião, fazia compras com o filho quando foi abordada por um homem que falava palavras de teor sexual.

O caso aconteceu na quarta-feira (14) e é investigado pela Polícia Civil. Até esta quinta (15), ninguém foi preso.

A Perini, loja onde a situação aconteceu, enviou uma nota repudiando situações de violência. No pronunciamento, o estabelecimento esclareceu que o contato entre os clientes aconteceu longe dos funcionários e, por isso, não foram adotadas medidas de detenção do cliente.

“É uma sensação de impotência e você se pergunta: ‘por quê comigo? Minha roupa estava adequada?’. Vemos esse tipo de situação na televisão, mas não imaginamos que vai acontecer com a gente”, desabafou a influenciadora e jornalista Carol Felipe.

Em entrevista ao g1, ela contou que a situação aconteceu por volta das 12h, na Perini. Carol avistou o homem em um dos corredores da loja, assediando uma outra mulher, que, segundo ela, trabalhava em um hospital da região e usava farda.

“Ele não deixava ela passar e usava palavreado de baixo calão muito próximo dela. Fiquei assustada observando e ele passou a falar comigo também”.

“Ele perguntou se eu e a outra mulher queríamos ver o órgão genital dele”, contou.
Carol ainda disse que rebateu o homem e pediu respeito. Mesmo assim, ele continuou usando xingamentos.

“Ele disse: ‘vão fazer de conta que não sabem o que é isso? Que são santas?'”, afirmou.

Diante da situação, a influenciadora contou que foi até os seguranças do estabelecimento, pediu que chamassem a polícia e que o homem fosse impedido de sair da loja até os agentes chegarem. Porém, segundo ela, o pedido não foi atendido e o suspeito saiu da loja normalmente.

Em vídeo postado nas redes sociais de Carol, o homem aparece pagando as compras no caixa do estabelecimento, acompanhado de um funcionário. Ao ser questionado sobre o assunto pela influenciadora, ela nega a acusação.

“Vocês são mentirosas e delinquentes”, disse no vídeo.
Após sair da delicatessen, Carol contatou a loja através das redes sociais e não teve resposta até a madrugada desta quinta (15), quando recebeu um posicionamento no qual o estabelecimento informava que não compactua com situações de assédio. Horas depois, na manhã desta quinta, a Perini enviou uma nova mensagem pedindo o contato da influenciadora para que pudesse entender melhor o caso.

Também nesta manhã, ela contou que registrou o boletim de ocorrência na Delegacia Virtual. De acordo com a Polícia Civil, a 14ª Delegacia Territorial (DT) da Barra apura a denúncia e oitivas serão agendadas.

Confira nota da Perini completa:

“No que se refere à recente repercussão envolvendo duas mulheres e um homem, em compras na Perini, e as muitas versões que estão sendo noticiadas em redes sociais e nos veículos de imprensa, a PERINI vem a público esclarecer o seguinte:

Após verificação das imagens das câmeras de segurança do estabelecimento, foi possível identificar que o contato entre os envolvidos se deu sem a presença de funcionários. A PERINI somente tomou conhecimento de uma possível desavença entre clientes, quando estes se direcionaram para a área da frente de loja. A ausência de flagrante delito não permitiu que fossem adotadas medidas de detenção do cliente, o qual estava sendo acusado de pratica ato criminoso por outra cliente e seu acompanhante.

Os funcionários presentes se colocaram a postos para evitar qualquer confronto ou ameaça à integridade física dos envolvidos. A polícia foi acionada de imediato pela PERINI, tendo esta orientado que as próprias vítimas registrassem o Boletim de Ocorrência.

A Perini reitera seu repúdio a qualquer prática de violência, ameaça, discriminação ou constrangimento praticado contra qualquer cidadão e informa que tentou contato com as clientes para prestar apoio e sugerir o registro de um boletim de ocorrência, colocando-se à disposição para colaborar com as autoridades competentes pela investigação, únicas responsáveis por apurar e adotar as providências cabíveis.

A rede reforça a importância de sempre se certificar a veracidade das informações antes da sua publicação e compartilhamento”.

g1