Indicado ao Puskas, paraibano Matheus Cunha faz campanha: “Estou chamando o Brasil pra votar”

O nome dele não é muito conhecido no Brasil, mas o cartão de visitas não poderia ser melhor. Se aquele velho ditado “a primeira impressão é a que fica” estiver certo, Matheus Cunha pode ficar despreocupado por toda carreira.

Depois de fazer um golaço contra o Bayer Leverkusen pelo Campeonato Alemão, o atacante do RB Leipzig foi um dos indicados ao prêmio Puskas de gol mais bonito da temporada 2019. Diretamente da Alemanha, ele conversou com exclusividade com o Esporte Espetacular.

– É um momento, para mim, inexplicável. Quando eu recebi a notícia, eu estava almoçando e até não acreditei. Foi um amigo meu que me mandou e eu falei: “É sério isso?”. Depois de cinco segundos, meu celular já estava cheio de mensagem, todo mundo me avisando que eu tinha saído na lista e eu fiquei muito feliz por tudo que está acontecendo – lembra.

Até os 18 minutos do segundo tempo, o Leverkusen ganhava o jogo: foi aí que Timo Werner empatou a partida. Sete minutos depois, o árbitro marcou uma penalidade com a ajuda do VAR e Emil Forsberg colocou o Leipzig à frente. Mas o melhor ainda estava por vir: aos 38 do segundo tempo, Matheus Cunha disputou a bola com dois zagueiros, deu um drible desconcertante e tocou com categoria na saída do goleiro. Um lance difícil de explicar até para o atacante.

– Foi um lance onde a bola poderia ter ficado com o zagueiro, mas eu não desacreditei em nenhum momento. Eu disputei com ele e quando eu vi que a bola sobrou tão próxima do gol, eu não tinha muito o que fazer. Eu acreditei que a bola poderia sobrar pra mim, disputei, ganhei e foi tão rápido, que é difícil até de explicar. Foi uma escolha certa, em um momento certo – explica.

Por conta desse golaço, Matheus está na disputa do Gol Puskas. Ao lado dele, craques como Lionel Messi (gol pelo Barcelona contra o Betis) e Zlatan Ibrahimovic (gol pelo LA Galaxy contra o Toronto FC). Além dos dois, ainda temos mais sete concorrentes, com direito a dois gols femininos: Ajara Nchout (gol por Camarões contra a Nova Zelândia) e Amy Rodriguez (gol pelo Utah Royals). O prêmio será decidido por voto popular e, por isso, o brasileiro conta com um apoio da torcida brasileira.

– Eu estou chamando todo mundo, da Paraíba, do Nordeste, do Brasil inteiro para votar. Eu brinco com meus amigos de outros países que eles precisam me dar uma ajudada pra que a gente consiga levar esse título pro Brasil. Tem outros grandes gols, mas estou torcendo muito e puxando para o meu lado para que dê tudo certo e a gente consiga ganhar – brincou.

Nascido e criado em João Pessoa, Matheus Cunha foi morador do Bairro da Torre. Começou a jogar futebol na Praça Tiradentes, em frente à Igreja de São Gonçalo. Foi o próprio pai que o levou para treinar no Esporte Clube Cabo Branco, time do bairro. De lá, o menino chamou a atenção e foi jogar futsal no CT Barão, time de Recife. Até os 14 anos, Matheus só tinha jogado futsal. Só aí que fez um teste para jogar futebol de campo no Coritiba.

Ele não chegou a se profissionalizar no Brasil e foi vendido para o Sion, da Suíça, aos 18 anos. Depois de uma boa temporada – foram 33 jogos e 10 gols -, foi vendido ao RB Leipzig, da Alemanha, por 15 milhões de euros. Mesmo assim, ele não esquece o que viveu em João Pessoa.

– A minha infância sempre foi jogando bola, nos campinhos de terra, próximo da minha casa, em João Pessoa. Eu sempre estava jogando bola com meus amigos. Logo depois, meu pai me viu jogando e me levou pro time que ele jogava quando mais novo, o Cabo Branco. De lá, eu fui jogar futsal em Recife. Minha base inteira e minha primeira experiência com campo foi no Coritiba. Com 18 anos, eu fui pra Suíça e tive a oportunidade de vir pro Leipzig – detalhou.

Se o gol de Matheus Cunha chama atenção pela habilidade, ele tem aonde se inspirar. O maior ídolo do atacante do RB Leipzig é Ronaldinho Gaúcho, um dos jogadores mais plástico e habilidosos da história do futebol. Com lances geniais pela seleção brasileira e por Grêmio, PSG, Barcelona, Milan, Flamengo e Atlético-MG, o ex-camisa 10 hoje é amigo de Matheus. A idolatria não muda.

– O jogador que eu mais assistia quando criança era o Ronaldinho. Ele era impressionante, tinha uma magia. Ele fazia coisas que ninguém esperava e é um ícone para mim até hoje. Ele é coisa de outro mundo – finaliza. As informações são do GloboEsporte.com.