Ibope mostra que padrinhos nacionais não contribuíram para candidatos

Questões paroquiais têm mais força na hora da definição do voto, é o que mostraram as pesquisas do Ibope em todo o Brasil

O jornalista Suetoni Lucena, em coluna para o portal de notícia Jornal da Paraíba, publicada neste domingo (15), dia do primeiro turno das eleições municipais, avaliou o declínio do desempenho das propagandas eleitorais realizadas por candidatos na intenção de buscar votos por meio de grandes padrinhos políticos nacionais.

Confira o texto:

As eleições deste ano têm mostrado um traço curioso: o fracasso da estratégia de buscar os votos de grandes padrinhos políticos nacionais.  Os candidatos que usaram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-presidente Lula (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) ou o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), tendem a auferir pouco dividendo eleitoral do apoio.

Isso, pelo menos, é o que mostraram as pesquisas do Ibope em todo o Brasil. Esse traço decorre do fato de o paroquial valer mais na disputa municipal. As pessoas estão mais preocupadas com os buracos nas ruas, o sistema de transporte, os serviços públicos. Tudo isso, em geral, está desconectado com as demandas de aspecto mais macro das disputas nacionais.

Em João Pessoa, os candidatos Wallber Virgolino (Patriota) e Raoni Mendes (DEM) tentaram colar a imagem em Bolsonaro. A pesquisa Ibope mostrou que isso não rendeu frutos. Já o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) trouxe o ex-presidente Lula no guia eleitoral. O apoio, para ele, também não mostrou efetividade. Isso por causa dos problemas jurídicos que cercam o socialista na disputa.

Essa realidade pode até se mostrar diferente quando as urnas forem abertas, mas esse não é o traço visível nas ruas. Historicamente, as eleições municipais são encerradas rigorosamente nas questões locais. Neste ano, dificilmente algo diferente disso sairá das urnas.