Hotel Globo sedia 1ª Expo Artes Pretas e I Mostra Educacional Popular de Arte

Mês da Consciência Negra marca o início de novas oportunidades que a Funjope busca proporcionar aos artistas pretos e pretas da cidade

Cantora Débora Vieira se apresenta nesta sexta-feira no Hotel Globo
Foto: Dayse Euzebio/Divulgação

O Hotel Globo, localizado no Centro Histórico da Capital, recebe, a partir desta quarta-feira (10), duas exposições realizadas pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope). Uma delas é a 1ª Expo ‘Artes Pretas’, que reúne obras de 12 artistas pretos e pretas. A outra é a I Mostra Educacional Popular de Arte, que acontece em parceria com a Secretaria de Educação e Cultura (Sedec) e traz relatos de experiências da rede municipal de ensino durante a pandemia da Covid-19. A visitação vai até 30 de novembro, todos os dias, das 8h às 17h.

O mês da Consciência Negra marca o início de novas oportunidades que a Funjope busca proporcionar aos artistas pretos e pretas da cidade. O diretor executivo, Marcus Alves, ressaltou que a exposição ‘Artes Pretas’ vem sendo planejada há um tempo como forma de dar maior visibilidade aos artistas de identidade preta marcados pela exclusão social em muitos espaços. “A tendência da Prefeitura de João Pessoa, através da Funjope, é transformar isso numa atividade cotidiana, permanente, dando espaço para novos artistas na nossa agenda anual”, acrescentou.

No que se refere à Mostra Educacional Popular de Artes, Marcus Alves explicou que é um braço educativo que a Funjope vem desenvolvendo ao longo deste ano, aliando equipamentos e atividades artísticas culturais com o aspecto pedagógico e educacional. “Essa é uma atividade que vai se desenvolver por mais tempo, dando espaço para professores e alunos da rede municipal poderem se expressar através das artes”, disse.

Artes Pretas

A mostra traz fotografias, desenhos, grafites, pinturas e instalações que retratam ideias e conceitos do simbolismo histórico e cultural, permitindo uma conexão e debate entre as produções clássicas e contemporâneas da classe artística. A exposição reafirma a importância dos pretos e pretas na concepção artística da sociedade paraibana e a valorização da cultura afrodescendente.

A exposição busca uma oportunidade de reflexão acerca da representação e condição social, dos desafios e das conquistas alcançadas ao longo do tempo, além de reconhecer a presença de forma positiva nos diversos segmentos da sociedade no que diz respeito às artes.

Os artistas

Entre os artistas visuais estão Bruna Dias, Dayse Euzébio e Lucas Aleixo, na fotografia. Li Vasconcelos representa a Cianotipia, com um conjunto de fotografias revelando caminhos artísticos e políticos, conflitos, lutas, questionamentos e o combate ao racismo estrutural do dia a dia.

A arte urbana é representada por Perfect e Pri Witch, grafiteiros que estão nas comunidades com o intuito de levar arte de rua. As produções são marcadas por mensagens de apoio às mulheres e de rejeição à violência.

Na pintura, os nomes são Aidyne, Azulão, Hicor e Joselito Braga, artistas que mesclam pinturas clássicas e contemporâneas, cada um com sua temática e vivência. Falam sobre um lugar de negritude a partir de diversas perspectivas individuais. Os trabalhos simbolizam resistência, empoderamento e uma reflexão sobre a inserção do negro na sociedade

Guto Oca e Flaw Mendes apresentam instalações relacionadas a linguagens, hibridismos, ideias e conceitos misturados a uma poética visual, elementos textuais e literários. O fio condutor é a busca por memórias e experiências intra e interpessoais.

A exposição reafirma a identidade e mostra que os negros e negras fazem parte da história, contribuindo para o meio artístico da cidade com ideias e conceitos do simbolismo histórico e cultural que cada arte reproduzida evoca. Atenta ainda para a importância que eles tiveram ontem, que têm hoje e na construção do amanhã.

Mostra Educacional

A ideia dessa exposição é sensibilizar a sociedade sobre os aspectos da realidade escolar. A I Mostra Educacional de Artes Populares integra o projeto Cordel na Sala, da Sedec. A apresentação revela os desafios em meio à pandemia, através de uma experiência realizada em unidades da rede municipal de ensino.

Foram produzidos estandartes como recursos em sala de aula para referendar expressões populares, além de materiais em áudio e audiovisual, que caracterizam a relação do uso das tecnologias marcado pelos obstáculos e desafios expressos com declamações, cantorias, danças e encenações integradas à exposição de estandartes.