Adailton Silva, suspeito de assassinar a ex-namorada Vitória Régia durante uma festa na cidade de Solânea, no Brejo da Paraíba, foi formalmente indiciado pelos crimes de feminicídio e stalking. O indiciamento foi confirmado pela Polícia Civil e ocorreu no mesmo dia do crime, 12 de junho. O homem segue detido na cadeia pública do município.
De acordo com o delegado Diogenes Fernandes, que acompanha as investigações, Adailton já vinha apresentando um comportamento obsessivo com a vítima antes do assassinato. Ele chegou a alugar uma casa na mesma rua onde Vitória morava, com o objetivo de vigiá-la constantemente. As atitudes foram caracterizadas como perseguição criminosa, ou stalking, conforme o Código Penal.
O primo da vítima, Jeferson Luís, relatou que a jovem vinha sendo seguida e observada com frequência pelo ex-companheiro desde o fim do relacionamento, ocorrido há menos de um mês. “Ele estava perseguindo muito ela, vigiando com bastante frequência”, afirmou.
A situação se agravou na noite da festa, quando Adailton subiu ao palco e, diante do público, tentou reatar com a vítima. Após ser rejeitado, ele desceu e continuou tentando se aproximar, chegando a pedir a um familiar de Vitória que a chamasse. O filho dela, de 16 anos, tentou impedir o contato, o que provocou uma confusão e exigiu a intervenção da Polícia Militar, que retirou o homem do local.
Após o ocorrido, ainda durante o evento, a Polícia orientou Vitória a procurar a delegacia para solicitar uma medida protetiva com base na conduta do suspeito. Horas depois, no entanto, ela foi morta.
Vitória Régia tinha 32 anos, era mãe de quatro filhos, de 18, 16, 5 e 3 anos, e trabalhava como babá e auxiliar de serviços gerais. Recentemente, havia concluído um curso de cuidadora de idosos. De acordo com familiares, ela sonhava em conquistar uma casa própria.
O delegado informou que o inquérito deve ser concluído em até 10 dias e que, caso surjam novos elementos, o suspeito poderá ser indiciado por outros crimes. Conforme a legislação vigente, o crime de stalking prevê pena de seis meses a dois anos de prisão, além de possíveis agravantes.