Chama a atenção, dentre os vários itens do memorial descritivo de bens apreendidos pela Polícia Federal (PF) na sede da Compecc, quatro microtransmissores wireless e dois gravadores convencionais que estavam em um cofre na sala da empresa. Os dispositivos eletrônicos, idealizados para a captação sonora, estavam no nome de Eduardo Ribeiro Victor, dono da Compecc. 

A Compecc foi a empresa responsável pelas obras do Parque da Lagoa e, desde o ano passado, tem sido investigada pela PF com Operação Irerês, sob suspeita de ser o centro dos ilícitos que teriam levado a obra a superfaturar em R$ 6,4 milhões. 

Com a descoberta dos dispositivos, especula-se que Eduardo Ribeiro Victor tenha gravado conversas com agentes públicos que tinham ligação com a obra e que o conteúdo possa vir à tona em breve. Segundo o jornalista Diego Lima, fontes ligadas à PF garantem que o conteúdo das gravações tem potencial de destruição. 

Além disso, a hipótese de que o material colhido seria usado para posterior barganha do empresário em caso de ser investigado, solicitando uma espécie de delação premiada, não está descartada.