Grammy 2021: Beyoncé, Taylor Swift e Megan Thee Stallion fazem história

Estrela pop se tornou a mulher mais premiada da história da cerimônia, ocupando o lugar que antes pertencia à cantora Alison Krauss

(GETTY IMAGES) Taylor Swift e Beyoncé bateram recorde no Grammy

Três mulheres fizeram história no Grammy deste domingo (14): Beyoncé, Taylor Swift e Megan Thee Stallion.

A primeira estabeleceu um novo recorde no Grammy com seu 28º troféu. A estrela pop se tornou a mulher mais premiada da história da cerimônia, ocupando o lugar que antes pertencia à cantora Alison Krauss.

Taylor Swift também fez história na cerimônia, ao se tornar o primeiro artista mulher a vencer três vezes a categoria Álbum do Ano. O troféu deste ano ao seu álbum de confinamento, Folclore, se soma a Fearless (2010) e 1989 (2016).

O artista, que também venceu na categoria artista revelação, recebeu o prêmio pelo seu hit de estreia Savage (Remix),no qual Beyoncé faz uma participação especial.

O 28º Grammy de Beyoncé foi concedido em homenagem a Black Parade, uma celebração do poder negro e da resiliência, que ela lançou no dia do feriado que comemora a libertação de negros escravizados em Estados americanos.

“Como artista, acredito que é meu trabalho refletir a época, e tem sido uma época muito difícil”, disse ela ao receber o prêmio. “Então, eu queria exaltar, encorajar e celebrar todas as belas rainhas e reis negros que continuam a me inspirar e inspirar o mundo”.

Beyoncé e Megan Thee Stallion
(Crédito: Getty Imagens) Beyoncé e Megan Thee Stallion

Com o troféu, ela igual a marca de 28 Grammy do superprodutor Quincy Jones. Apenas o maestro Sir Georg Solti tem mais, com 31.

Black Parade não foi a única canção premiada a refletir o movimento Black Lives Matter: a cantora de R&B H.E.R. ganhou a música do ano por I Can’t Breathe, que cita como últimas palavras de George Floyd.

O homem de 46 anos morreu sufocado enquanto era preso pela polícia em Minneapolis no ano passado. Sua morte, junto com a de Breonna Taylor, gerou uma onda global de protestos.

Ao receber o prêmio, H.E.R. disse que nunca imaginou “que meu medo e minha dor se transformam em impacto” e que “é por isso que escreve música”.

A cantora, cujo nome verdadeiro é Gabriella Wilson, foi acompanhada por sua co-compositora Tiara Thomas, e ela se lembra de como escreveram I Can’t Breathe “via FaceTime” no ano passado.

“Somos a mudança que desejamos ver e vocês sabem que luta que teve em nós no verão de 2020. Mantemos essa mesma energia.”

Outro momento de impacto sobre a questão racial foi a apresentação do rapper Lil Baby, que fez uma denúncia bastante gráfica da violência policial contra negros nos EUA.

“Eu sei que vocês não podem ir os shows há um bom tempo. Então essa noite nós estamos levando o show até você”, disse o apresentador Trevor Noah.

Styles apresentou seu single de sucesso Watermelon Sugar, ostentando plumas verde-limão e uma jaqueta de couro aberto.

Essa canção seria premiada, pouco depois na cerimônia, como melhor performance pop solo. Styles se tornou o primeiro membro do One Direction a ganhar um Grammy. “É uma loucura pensar que alguém tão talentoso e bonito é do mesmo lugar que Boris Johnson”, brincou o apresentador Trevor Noah.

Billie Eilish, que dominou o Grammy de 2020, apresentou sua balada Everything I Wanted, que recebeu pouco depois do prêmio mais cobiçado: gravação do ano.

Eilish também recebeu um troféu neste ano, na categoria melhor canção escrita para a mídia visual, por seu tema Bond, No Time To Die. “Foi um sonho fazer a música”, disse a cantora. “Eu não tenho palavras. Eu não posso acreditar que isso seja real. Eu não conseguia acreditar que era real.

A maior parte da cerimônia foi realizada em uma tenda para o Centro de Convenções de Los Angeles, com os indicados sentados em mesas distantes uma das outras.

“Há mais tensão naquela tenda do que em uma reunião de família no Palácio de Buckingham”, brincou Noah, que acrescentou: “Esta noite vai ser o maior evento ao ar livre deste ano, além da invasão do Capit (o Congresso americano).”

Outros vencedores do prêmio incluíram Dua Lipa, que ganhou o melhor álbum de pop vocal; e Lady Gaga e Ariana Grande, que se tornou a primeira dupla feminina a ganhar a melhor colaboração pop para Rain On Me.

Um dos discursos mais emocionantes veio de Megan Thee Stallion, que dedicou seu prêmio de melhor artista revelação à mãe, que morreu de tumor cerebral em 2019.

“Ela não pode estar aqui comigo esta noite”, disse no tapete vermelho no início da noite. “Mas ela sempre soube que eu estaria no Grammy, e eu diria, ‘Ai, mãe, isso é tão distante’, mas veio tão rápido.”

Os destaques entre as apresentações incluem Taylor Swift, que cantou um medley de canções de seus álbuns Folklore Evermore num cenário de floresta encantada no palco.

Cardi B e Megan Thee Stallion se reuniram para a primeira apresentação do single WAP, enquanto Bruno Mars e Anderson Paak revelaram o novo “supergrupo” Silk Sonic, canalizando os filhos soul dos anos 1970 de Earth, Wind And Fire.

O evento também destacou a difícil situação de funcionários de lugares que sediam apresentações ao vivo, mas estão fechados por causa da pandemia. Profissionais do Apollo Theatre, de Nova York, e do Troubadour, de Los Angeles, apresentaram algumas categorias do prêmio.

Lista com os principais vencedores

Gravação do ano: Everything I wanted – Billie Eilish

Álbum do ano: Folklore – Taylor Swift

Música do ano: I Can’t Breathe – H.E.R e Tiara Thomas

Artista revelação: Megan Thee Stallion

Melhor álbum pop: Future Nostalgia – Dua Lipa

Melhor performance pop solo: Watermelon Sugar – Harry Styles

Melhor performance pop em duo ou grupo: Rain on Me – Lady Gaga com Ariana Grande

Melhor álbum de rap: King’s Disease – Nas

Melhor música de rap: Savage (Remix) – Megan Thee Stallion ft Beyoncé

Melhor performance de rap: Savage (Remix) – Megan Thee Stallion ft Beyoncé

Melhor videoclipe: Brown Skin Girl – Beyoncé

Melhor álbum pop tradicional: American Standard – James Taylor

Melhor álbum de pop latino ou urbano: YHLQMDLG – Bad Bunny

Melhor álbum de rock latino ou alternativo: “La conquista del espacio” – Fito Páez

Melhor álbum de música regional mexicana (incluindo texana): “Un Canto Por México, Vol. 1” – Natalia Lafourcade

Melhor álbum tropical latino: “40” – Grupo Niche

Melhor álbum de R&B: Bigger Love – John Legend

Melhor performance de R&B: Black Parade – Beyoncé

Melhor música de R&B: Better Than I Imagined – Robert Glasper, Meshell Ndegeocello & Gabriella Wilson

Melhor álbum de rock: The New Abnormal – The Strokes

Melhor música de rock: Stay High – Brittany Howard

Melhor performance de rock: Shameika – Fiona Apple

Melhor álbum de música alternativa: Fetch the Bolt Cutters – Fiona Apple

Melhor álbum de música country: Wildcard – Miranda Lambert

Melhor performance de country solo: When My Army Prays – Vince Gill

Melhor performance de country em duo ou grupo: 10,000 Hours – Dan + Shay & Justin Bieber

Melhor trilha sonora original para mídia visual: Coringa – Hildur Guðnadóttir

Melhor música original para mídia visual: No Time to Die (“Sem Tempo para Morrer”) – Billie Eilish e Finneas

Melhor gravação dance: “10%” – Kaytranada ft Kali Uchis

Melhor álbum dance/eletrônico: Bubba – Kaytranada

Melhor performance de metal: Bodycount – Bum Rush

Da BBC Brasil