Governos precisam ter mensagem coerente no combate à pandemia, diz diretor da OMS

Chefe de emergências da entidade fez declaração após pergunta que mencionou liberação de funcionamento de mais lugares no Brasil

O diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, ressaltou nesta sexta-feira (15) a importância de os governos terem coerência nas mensagens passadas à população durante a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Ryan deu a declaração depois de uma pergunta, durante coletiva de imprensa em Genebra, que mencionou a autorização de funcionamento dada pelo presidente Jair Bolsonaro a locais como academias, salões de beleza e barbearias. A medida decretou esses serviços como essenciais.

“No Brasil, nós vimos um aumento no número de casos, e em alguns países da América do Sul e Central de modo geral”, disse Ryan.

“Eu acho que esse tem sido um fator em muitos países federados grandes. A despeito da efetividade do sistema de saúde, o que é realmente crucial é que haja coerência, coesão, especialmente em grandes estados federados. As comunidades precisam ouvir mensagens coerentes e consistentes de lideranças, essa mensagem precisa ser clara e governos precisam seguir o que falam”, afirmou.

Decisões e atrito no governo

A autorização de funcionamento a locais como academias, salões de beleza e barbearias foi aprovada por Bolsonaro na segunda-feira (11) e não passou pelo então ministro da Saúde, Nelson Teich, que pediu demissão nesta sexta (15).

Apesar da autorização presidencial, a decisão sobre a abertura ou não daqueles tipos de estabelecimento cabe aos estados — e governadores de 17 deles e do Distrito Federal já afirmaram que não vão permitir o funcionamento.

Em outros dois — Espirito Santo e Rio Grande do Norte — academias não serão abertas, mas salões de beleza e barbearias já estavam e continuarão em funcionamento.

Em Santa Catarina, as três atividades já estavam liberadas por determinação do governo do estado. O Rio Grande do Sul também já havia liberado as três atividades — mas a exceção é a região de Lajeado, (que engloba 37 cidades), que não pode abrir salões, barbearias e academias.

Já o governo de Minas Gerais e o do Tocantins afirmaram que a liberação ou proibição das atividades são definidas pelos municípios.

Do G1