“Governo está quebrado, mas governador não admite”, afirma Renato Gadelha

“O governo deve servir as pessoas e não as pessoas servir ao governo, o governo que deveria salvar a população”, declarou o deputado estadual Renato Gadelha (PSC) parafraseando o senador Cássio Cunha Linha (PSDB),em entrevista ao programa Rede Verdade na tarde desta segunda-feira (25). Renato ressaltou que o governador Ricardo Coutinho (PSB) apenas realiza sequência de gestões anteriores, e possui uma postura ditatorial.

De acordo com o parlamentar, o governo do estado está ‘quebrado’ e o governador não admite isso, destacando que os paraibanos passarão por momentos difíceis se o governador não admitir que a Paraíba está em crise. “Eu já tinha falado nisso há muito tempo, que o governo de Ricardo só foi no primeiro ano, os demais anos será uma herança de anos anteriores, que deixou projetos prontos, licitados, dinheiro em caixa, e que ele apenas deu sequência. Precisamos saber qual realidade do estado, tenho certeza que vamos passar por momentos árduos, muito ruim pra qualquer cidadão. É muito desemprego, demissões, principalmente depois do ato AG-5 que mostra a dificuldade do estado e que vai causar problemas para as empresas e consequentemente para seus funcionários, como para uma economia para um todo. Não sei se era necessária essa medida realizada pelo governador. O governador quer dizer que não está quebrado, e que quebrada está a cabeça de quem tá dizendo, e ele que sinaliza que o governo está quebrado”, disse.

Conforme o deputado, a bancada de oposição não foi contra o pedido de empréstimo de r$ 700 milhões, mas desejaria o destino do mesmo, alegando que o Ricardo possui uma postura de ditadura. Renato também admitiu a preocupação como está sendo realizada as renegociações dos contratos com as construtoras, argumentando que até o procurador-geral do estado, Gilberto Carneiro, assumiu que algumas pautas não passam pela Câmara de Conciliação mas pela gestão estadual. “O governo dizia que tinha capacidade enorme de endividamento. Discutimos na Casa sobre o empréstimo, não era contra o empréstimo em si, mas para onde iria o empréstimo. O governo gosta de mandar a coisa fechada, uma caixa preta onde diz ‘aprova isso aí que é para o bem da Paraíba’ e nem sempre é isso, mesmo assim foram aprovados todos os pedidos de empréstimo. De forma ilícita conseguir aquele dinheiro dos depósitos judiciais, depois deixou de pagar 1,5% da sua receita líquida para os precatórios, depois venho com o aumento dos tributos, e agora renegociando contratos. Muitas obras foram entregues e estamos vivendo uma inflação de mais de 10%. Ricardo diz que a obra já foi negociada, mas não se encontra dentro do decreto, e isso é onde reza o perigo, não sabemos por onde vai essa renegociação, isso não passa pelo comitê, é entre o governo e o construtor”, comentou. “Gilberto Carneiro disse que não atinge as construções, e que já está ocorrendo negociação entre o governador e o João Azevedo, não fazendo parte da comissão essa parte de negociação com construtoras. Por que não colocou tudo num pacote só, que a comissão avaliasse também, uma parte é com o setor do governo e outra com uma comissão constituída, de qualquer forma acho que isso vai terminar numa batalha jurídica enorme e quem perde é a população, que vai pagar os tributos para recompor o caixa do governo”, complementou.

“Tenho defendido um novo pacto federativo, porque quando Brasília tem uma gripe nós temos uma pneumonia. O governo centraliza todos os recursos, e fica distribuindo migalhas, poderíamos estar fora desta crise se tivéssemos uma receita que pudesse dar governante estadual e municipal a situação de viver de suas próprias pernas. O governador tem perdido muita receita, mas temos outras alternativas, inclusive podendo pressionar o governo federal, já há movimento dos prefeitos para uma paralisação. O governo federal precisa liberar mais recursos para os estados e não ficar trocando favores, precisamos mudar a forma da distribuição da riqueza nacional. Se a lei permitir, mas a lei pode ser até vigente mas acredito numa lei daqui pra frente, porque quando assina um contrato é obrigado a cumprir”, concluiu o oposicionista.