Governo do Estado incentiva agricultura familiar em Sumé

Numa região onde a estiagem nos últimos quatros anos tem sido prolongada, com poucas perspectivas de atividades no campo, o agricultor Joelson Soares Silva, do Sítio Cinco Vacas, em Sumé, com assessoramento da Emater-PB, há cinco anos começou a produzir hortaliças nas nascentes de barragem existente na região e hoje vislumbra dias melhores. Antes, trabalhava na produção de carvão, atividade que não pretende retornar.

Com o acompanhamento de extensionistas, o agricultor ampliou suas atividades agrícolas, diversificando a produção de hortaliças e de pequenos animais, com isso aumentou a capacidade de atendimento aos fregueses no mercado de cidades vizinhas e, também, nas comunidades rurais perto de onde reside.

Segundo O agricultor, foi a partir dos recursos do Plano Brasil Sem Miséria que pode ampliar toda a atividade. Com o dinheiro recebido do financiamento de R$ 2.400,00 fez investimentos na diversificação de produção de hortaliças. Numa área de menos de um hectare de terra, ele planta alface, coentro, cebolinha, beterraba, pimentão, couve-flor e tomate, mas é fácil também encontrar, entre outras, maracujá, laranja, goiaba e banana.

Com a orientação da Emater, Joelson Soares se credenciou a acessar os recursos do Pronaf para a implantação de equipamentos que ajudaram a melhorar a qualidade de vida de sua família, composta da mulher Irinalda Ferreira da Silva e da filha Yasmim, tendo também construído uma casa por meio do programa de habitação rural, deixando de morar numa casa de taipa.

“Foram os recursos do Brasil Sem Miséria que ajudaram a ampliar a produção e a melhorar a minha vida e de minha família, tendo um melhor lugar para morar”, comentou. Ressaltou que, quando precisa, os técnicos da Emater chegam com a orientação. “Aliás, foram os extensionistas que abriram os caminhos e somos bastante gratos por isso”, disse.

Quando ainda trabalhava com a queima de lenha para fabricar carvão, procurou a Emater para se informar sobre projetos que pudesse levar para as terras onde seu pai morava. Depois da visita, o técnico orientou que o melhor caminho, devido à condição em que se encontrava, era criar galinha caipira. “Foi quando comecei a criar galinha e daí mudei para hortaliças, sem nunca deixar de criar galinhas, mesmo em menor escala”, explicou.

O extensionista Geneilson Evangelista da Silva, chefe da Unidade Operativa de Sumé, que acompanha o agricultor desde o primeiro momento, classifica o trabalho da família como modelo, que tem avançado porque segue as orientações técnicas. “O projeto desenvolvido pelo agricultor é bem-sucedido, vem dando resultado. Está dentro do esperado, o que garante também a alimentação da família, gerar excedente e melhorar a renda familiar”, comentou.

Interessante destacar que o agricultor utiliza sistema econômico de irrigação por microaspiração, que economiza bastante água, já que na região há uma grande escassez nas barragens. Ele perfurou um poço artesiano e projeta, para o futuro, pleitear os benefícios do programa Tarifa Verde, que concede descontos especiais para quem utiliza a energia em horário especial para a irrigação ou outra atividade na propriedade rural. Como os negócios se consolidaram, já comprou um veículo para o transporte da mercadoria, “tudo com a vendagem das hortaliças e do que a terra produz”, ressaltou.

Ele destacou que são visíveis os avanços que o programa trouxe para as comunidades de Borborema. “Com maior diversificação das atividades, eles têm garantida uma renda continuada durante todo o ano e, consequentemente, uma maior qualidade de vida para as familias”.

O Programa Brasil Sem Miséria foi lançado em junho de 2011 pelo Governo Federal e tem como prioridade para o meio rural ações de inclusão produtiva, a estruturação da capacidade de produção da agricultura familiar, por meio de assistência técnica diferenciada e estímulo para a geração de renda. Garante serviços públicos nas áreas de educação, saúde assistência social, saneamento e energia elétrica.

A finalidade é contribuir para a melhoria da renda, da segurança alimentar e da diversificação da produção, para a manutenção e geração de postos de trabalho, em condições compatíveis com o equilíbrio ambiental e com os valores socioculturais dos agricultores envolvidos.

Para investir em ações de inclusão produtiva de atividades agrícolas, cada família recebe R$ 2.400,00 divididos em três parcelas, sendo a primeira de R$ 1.000,00 e as duas últimas de R$ 700,00.