Google homenageia Rita Lobato, a primeira médica do Brasil

Doodle relembra a história da primeira formada em medicina do país e a segunda na América do Sul

Foto: Divulgação Google/Domínio Púbico

O Google homenageia nesta sexta-feira (7), com um Doodle, Rita Lobato Velho Lopes, a primeira mulher a se formar em medicina no Brasil e também foi a segunda mulher a se tornar médica em toda a América do Sul. Além disso, foi intensa ativista política em defesa das mulheres.

Rita nasceu prematura, de seis meses, na cidade de Rio Grande (RS) em 7 de junho de 1866. Filha de um rico estancieiro e comerciante de charque gaúcho, e de Rita Carolina Velho Lopes. Se formou médica em uma época muito difícil para as mulheres se matricularem em uma faculdade de medicina. Foi pioneira nesse aspecto, enfrentou muita discriminação de colegas e professores, rompeu barreiras e conseguiu se formar.

Viveu alguns anos no Rio de Janeiro, onde ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, mas só cursou um ano lá e interrompeu seus estudos, por causa de uma briga entre o irmão dela e a reitoria da instituição. Depois desse episódio, a família se mudou para Salvador, na Bahia, e Rita passou a frequentar a Escola de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde foi bem acolhida por professores e colegas.

O curso, que tinha duração de seis anos, foi concluído por Lobato Velho em quatro.  Ela se formou em 10 de dezembro de 1887, alcançando o marco de ser a primeira mulher formada em medicina no Brasil, sendo a segunda na América do Sul.

Ela se especializou em obstetrícia e pediatria, ofereceu seus serviços a mulheres de todas as classes sociais, forneceu consultas e remédios sem cobrar e ficou conhecida por sua generosidade na comunidade.

Isso foi possível a partir do decreto imperial 7247, de 19 de abril de 1897, assinado por D. Pedro II, entrando em vigência em 1881, que proibia a discriminação contra mulheres no ensino superior, dando direito a todas elas a possibilidade de ter títulos acadêmicos. A doutora Lobato Velho foi uma sufragista e se envolveu em vários movimentos feministas, como a inclusão das mulheres no Código Eleitoral de 1932.

Mesmo nos seus últimos meses de vida, acometida parcialmente pela deficiência auditiva e visual, ela se manteve lúcida e ativa. Rita Lobato faleceu na Estância Capivari, em Rio Pardo (RS), aos 87 anos, em 6 de janeiro de 1954.