Anunciantes são alvos do golpe do falso pagamento na OLX, que induz as vítimas a venderem para um suposto cliente sem que ele pague pela compra. Com e-mails que imitam a identidade visual do marketplace, golpistas fingem transferir o dinheiro da encomenda para o vendedor via OLX Pay. A vítima só percebe a fraude ao notar que a quantia não caiu na conta, e termina sem o pagamento da suposta compra e sem o produto que anunciou na OLX.
“O golpe é ‘novo’ na OLX porque a funcionalidade da OLX Pay foi lançada há um ano, mas essa tática é conhecida no mercado de marketplaces há bastante tempo”, pontua Camila Soares, da segurança da OLX. O golpe mistura técnicas de engenharia social com phishing para convencer a vítima a repassar seus dados pessoais ao falso cliente e fazê-la acreditar que o pagamento pela compra foi efetuado para despachar o produto.
O fraudador aborda o anunciante e oferece realizar a negociação fora da OLX, sendo geralmente pelo WhatsApp. No mensageiro, o suposto cliente aconselha o vendedor a ativar a carteira da OLX Pay para realizar o pagamento do pedido, e pede o e-mail cadastrado no marketplace. O passo seguinte consiste em enviar mensagens se passando pela OLX, pedindo informações do anunciante, como os dados bancários. Ele recebe e-mails de supostos comprovantes de transação, garantindo que o cliente efetivou a compra e que o dinheiro está disponível para o vendedor.
Então, o fraudador convence o anunciante a despachar a encomenda, seja por um serviço de entrega ou por um carro de aplicativo. Apenas depois disso tudo que a vítima costuma notar o golpe, e percebe que o dinheiro não caiu na conta.
O analista sênior de segurança da Kaspersky, Fabio Assolini, comenta sobre o caso: “Se trata de uma engenharia social, em que o criminoso envia um e-mail falso dizendo que o item foi vendido, quando de fato não foi. O golpista tenta iludir o vendedor, que se estiver desatento, irá realizar o envio e perder a mercadoria. Esquemas de fraude como este não é novidade e já ocorrem em outras plataformas de venda online, como o Mercado Livre”.
O que muda no golpe com a OLX é o uso da marca OLX Pay, sistema de pagamentos próprio da plataforma. A ferramenta tem a proposta de proteger as transações do marketplace tanto do lado do comprador quanto do vendedor, com a garantia da entrega do dinheiro ao anunciante apenas após o cliente confirmar a entrega da encomenda.
A OLX Pay tem um ano de lançamento, então é consideravelmente recente e pouco conhecida pelos usuários, o que facilita a aplicação de golpes em desavisados. O serviço busca justamente manter a venda na plataforma da OLX para a segurança dos envolvidos na compra, então a postura do golpista de realizar a negociação por fora, no WhatsApp e por e-mail, já é uma atitude suspeita.
Além disso, a OLX Pay não notifica as transações dos usuários por mensagem — a recomendação é sempre conferir o saldo e as movimentações diretamente pelo aplicativo do marketplace. É possível acompanhar todo o processo de compra diretamente na OLX, desde a impressão da etiqueta para envio por Correios até a confirmação da entrega pelo cliente, e o pagamento por OLX Pay. Importante apontar também que a OLX Pay aceita entregas apenas por Correios, então carro de aplicativo e serviços de entrega diferentes oferecidos pelo cliente não são oficiais.
Apesar dos e-mails parecerem autênticos, é sempre importante verificar o endereço que enviou a mensagem. Muitas vezes ele é uma variação do e-mail oficial da plataforma, por isso é aconselhado confirmar diretamente com o atendimento do site qualquer contato suspeito por outros meios. Não é uma prática requisitar por e-mail dados importantes de compradores e clientes, como os bancários, então não dê informações pessoais fora da plataforma oficial.
A OLX orienta vítimas a notificarem a plataforma caso o golpe aconteça, e que denunciem a conta do fraudador na plataforma: “A nossa orientação é sempre de denúncia. A OLX tem uma equipe bastante grande para cuidar das denúncias, que são tratadas em até duas horas, no mínimo possível de tempo. Tomamos todas as providências do lado da plataforma e trabalhamos também com as autoridades cabíveis,” recomenda Beatriz Soares.