Gobira é fenômeno no Sertão e pode conseguir votos de eleitores pobres

Antônio Gobira é o cara nessas eleições. Ao menos é o que diz muita gente de Cajazeiras e várias outras cidades do Sertão. Luiz Antonio Lúcio Rangel, cajazeirense de 58 anos, conhecido desde a juventude por Gobira, é candidato a deputado federal pelo PSOL e tem sido considerado um fenômeno por onde passa. Políticos da região estão preocupados em perder votos para o carismático sapateiro e maratonista. Em entrevista ao Paraíba Já, Gobira anunciou que na próxima segunda-feira (15) chegará a João Pessoa para ter contatos com as pessoas e a imprensa da capital. Suas principais propostas de campanha é lutar por água para o sertanejo, mas também defende as bandeiras da saúde e da educação. Se eleito vai incentivar a prática dos esportes.

“Escolhi o PSOL por ser um partido sério, me deu a oportunidade que muitos outros não me deram. Eu ando de casa em casa e o povo quer isso, o contato corpo-a-corpo. Minha campanha é pé no chão, junto do povo. Deus está comigo, converso com ele de manhã, de tarde e de noite”, declarou o entusiasmado candidato sertanejo.

Gobira afirmou que conhece os problemas dos paraibanos. “Ando muito, não só na região de Cajazeiras mas também por Sousa, Patos, Campina Grande, sei o que o povo precisa e se eleito serei um dos melhores deputados em Brasília. Fiscalizarei inclusive os prefeitos, a participação dos vereadores”.

Candidatos sem programa – Na avaliação do cientista político José Artigas, candidatos com o perfil de Gobira são votados em geral por eleitores pobres, de pouca escolaridade, e esses candidatos não populares e sim caricatos. “Eles representam a negação das instituições, são pessoas que não representam sindicatos, entidades organizadas. É um voto antipolítico, não é um voto apolítico”, destaca o professor.

De acordo com Artigas esses candidatos caricatos são uma demonstração da falta de consciência da sociedade. Não costumam apresentar programa. Eles têm o apoio e o voto de quem tem falta de consciência política. “Isto é um prejuízo para a democracia”, avalia José Artigas, acrescentando que o voto em candidatos com esse perfil de Gobira é o voto personalista. Seu eleitor está prejudicando a organização da sociedade. “Seu eleitor tem pouca leitura, não entende a política como uma via de transformação da sociedade. É um vertente antipolítica”, analisa o cientista político.