Gestantes denunciam PMJP por falta de remédio para doença que pode causar aborto

O descaso com a Saúde em João Pessoa pode tirar o direito de vir ao mundo das crianças de gestantes com trombofilia, devido à falta de distribuição das injeções Clexane e Versa, pela Maternidade Cândida Vargas, desde o mês de maio.

A interrupção do tratamento de grávidas com trombofilia acarreta no aborto do feto por trombose da placenta. Tatiana Pimentel, grávida de 36 semanas, tem uma gestação de alto risco, devido a trombofilia. Em entrevista ao Paraíba Já, relatou o descaso com as grávidas que precisam dessa medicação:

“Minha gestação é considerada de alto risco por causa da trombofilia. Por esta razão preciso tomar todos os dias a injeção CLEXANE, de 40 mg. Caso contrário posso perder o bebê e ter um trombo. Estou com 36 semanas de gestação e desde que a prefeitura deixou de fornecer a medicação estamos “nos virando” para comprar nas farmácias a um custo muito alto”, declarou.

De acordo com Tatiana, cada caixa da medicação, contendo 10 injeções, que precisam ser tomadas diariamente, custa em média R$ 500,00 nas farmácias de João Pessoa. Tatiana informou que os funcionários da Cândida Vargas, quando questionados pela falta da medicação, explicam que a matéria-prima para a injeção está em falta, porém, de acordo com ela, a medicação pode ser encontrada facilmente nas farmácias da Capital.

“Os funcionários dizem apenas que está em falta a matéria prima que faz a medicação. No entanto, encontramos em qualquer farmácia”, denunciou.

Em termos médicos, a trombofilia é uma maior propensão à “ocorrência de eventos trombóticos venosos”. Traduzindo: é uma tendência ao chamado “sangue grosso”, que, na prática, contribui para o entupimento de veias. Não se trata de uma doença, mas de uma condição que pode ter diferentes causas.

Outras gestantes de João Pessoa tem se queixado do mesmo problema e, indignadas com o risco à saúde de seus filhos, lançaram apelos nas redes sociais para que o fornecimento do medicamento seja normalizado.