Fraude em licitações: Ruy emite nota, se declara inocente e tenta desqualificar denúncia do Gaeco

O candidato a deputado federal, ex-secretário de Estado e atual presidente do PSDB da Paraíba, Ruy Carneiro, desqualificou a denúncia do Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba) contra ele e mais seis pessoas.

Em nota, Ruy “estranhou” que a denúncia tenha ganhado repercussão durante o período eleitoral, sugerindo que o Gaeco “requentou” um fato antigo, no caso, de 2009 – último ano do governo Cássio Cunha Lima (PSDB), que foi cassado em fevereiro do mesmo ano por compra de votos. Ainda de acordo com a versão do ex-secretário, todas as suas contas como gestor público foram aprovadas e ele irá se aprofundar na denúncia para preparar a defesa “totalmente consciente de […] inocência, acreditando na Justiça e em […] absolvição”.

O tucano e a outras seis pessoas denunciadas (quatro empresários e dois auxiliares do governo à época) foram denunciados por supostamente fazerem parte de uma organização criminosa acusada de fraudar licitações para desviar dinheiro público e lavar cerca de R$ 2,6 milhões (em valores atuais) de recursos dos cofres paraibanos através da Secretaria de Estado do Esporte, Juventude e Lazer da Paraíba (Sejel-PB), ainda na gestão de Cássio Cunha Lima (PSDB) como governador.

Segundo o MP, a Sejel-PB celebrou um contrato (que foi aditivado) no valor de R$ 3,2 milhões com a Desk Móveis Escolares e Produtos Plásticos para a aquisição de 47 mil assentos desportivos que seriam instalados nos estádios Almeidão e Amigão e no Ginásio Ronaldão. De acordo com as investigações do Gaeco, foram detectados fraude licitatória, superfaturamento dos produtos, desvio de dinheiro público, danos ao Erário, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, com um prejuízo estimado, naquele período, em R$ 1,5 milhão (atualmente, o prejuízo seria de R$ 2,6 milhões).

Leia a nota de Ruy na íntegra:

É função primordial do Ministério Público fiscalizar os agentes governamentais sobre suas condutas, mas me causa estranhamento que a denúncia tenha sido acolhida em período eleitoral, requentando um fato antigo, de 2009.

É importante ressaltar que enquanto fui responsável pela Sejel, todas as contas foram aprovadas e por isso não tenho nada a temer ou esconder.

Com a quebra do sigilo processual, tomarei conhecimento de forma mais aprofundada da denúncia e apresentarei defesa, totalmente consciente de minha inocência, acreditando na Justiça e em minha absolvição.