‘Flurona’: entenda o que é a dupla contaminação por Covid e gripe

Levantamento feito pelo laboratório Diagnósticos da América (Dasa) apontou que o Brasil tem 40 casos confirmados

O Brasil registrou, nesta semana, casos de contaminação dupla por Covid-19 e Influenza. O quadro está sendo chamado de “flurona”, uma mistura das palavras “flu” (gripe, em inglês) e “corona” (de coronavírus).

Um levantamento feito pelo laboratório Diagnósticos da América (Dasa) apontou que o Brasil tem 40 casos confirmados de contaminação dupla, diagnosticados nas mais de 900 unidades.

No Rio de Janeiro, um adolescente de 16 anos fez dois exames em laboratórios diferentes. No Ceará, por sua vez, foram três casos – dois bebês de um ano, e um homem de 52 anos. Moradores de São Paulo também foram diagnosticados com gripe e Covid-19 ao mesmo tempo.

A “flurona” acontece quando os dois testes – para gripe e para Covid – dão positivo. Em tópicos, o g1 explica o que é essa dupla contaminação, quais os cuidados e se ela pode agravar o caso do paciente:

  • O que é a flurona?
  • A dupla contaminação é normal?
  • O paciente com flurona pode ter um quadro pior de saúde?
  • Como se proteger?
  • Como identificar a flurona?

O que é a flurona?

A “flurona” acontece quando os dois testes – para gripe e para Covid – dão positivo. Rio de Janeiro, São Paulo e Ceará já confirmaram casos de dupla contaminação.

A dupla contaminação é normal?

Renato Kfouri, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que ter uma contaminação dupla (por dois vírus) não é algo raro. “Quando temos duas epidemias simultâneas, a chance de positivar os dois vírus é grande”, diz.

Entretanto, quase nunca a pessoa está infectada pelos dois vírus. O infectologista explica que é preciso separar a coinfecção da codetecção.

“Os métodos para identificar vírus no nosso corpo, como o teste PCR, são muito sensíveis. Eles detectam facilmente pedaços do vírus que não necessariamente estão trazendo infecção ou doença para o indivíduo. Essa codetecção é muito frequente, mas não significa que os dois vírus estão agindo no corpo”, diz o infectologista.

O paciente com flurona pode ter um quadro pior de saúde?

Ainda não é possível dizer se o paciente com flurona terá um quadro pior de saúde. Kfouri explica que a flurona pode comprometer a saúde de pessoas que já são imunocomprometidas, mas, em geral, a dupla contaminação não significa que você terá quadro mais grave.

Jamal Suleiman, infectologista do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, lembra que a vacina é extremamente importante para evitar o quadro grave das duas doenças. “Se você estiver vacinado, o risco de desenvolver forma grave dessas doenças é remoto. Se você não estiver imunizado, vai seguir o fluxo e correr riscos, seja com um, dois ou três vírus”.

Mirian Dal Ben, infectologista do Hospital Sírio Libanês, explica infecção dupla não aumenta as chances de óbito nem faz com que as doenças sejam mais leves. “O importante é que as pessoas precisam saber que a gente não tem nada ainda na ciência que fale pra gente que pegar as duas coisas ao mesmo tempo aumente as chances da pessoa morrer ou que faça a doença talvez ser mais leve. Nenhuma das duas coisas”.

Do G1.