Fiocruz vai produzir insumos para vacina em agosto, diz Queiroga

Em fevereiro, o atraso no envio do material paralisou a produção do imunizante no Brasil e a instituição chegou a dizer que atrasaria o cronograma

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou nesta sexta-feira (9) a visita que fez nas instalações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de produção da vacina Oxford/AstraZeneca, no Rio de Janeiro.

Queiroga afirmou que a previsão é de que em agosto a Fiocruz já consiga fazer a produção nacional do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção de uma vacina 100% brasileira.

“Hoje eu vi aqui a produção do IFA nacional. Acredito que no mês de agosto já tenhamos IFA produzido na Fiocruz. Isso representa uma conquista excepcional. Autonomia do Brasil e dispensa a necessidade de importação desse insumo para que a Fiocruz produza vacinas”, disse o ministro

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, também estava presente no encontro e voltou a dizer que a vacina já com a matéria-prima brasileira deve chegar para a população em setembro.

Em fevereiro, o atraso no envio do insumo paralisou a produção do imunizante no Brasil e a instituição chegou a dizer que a demora atrasaria o cronograma de vacinação.

Ministério não tem ‘vara de condão’

Ao ser perguntado se o Ministério da Saúde tem estratégias imediatas para acelerar a vacinação no país, Queiroga afirmou que a pasta não tem “vara de condão” para resolver os problemas.

“O ministério não tem ‘vara de condão’ para resolver todos os problemas. A gente trabalha todos os dias para trazer alternativas para a população brasileira”, afirmou Marcelo Queiroga.

Nesta sexta-feira (9), Goiânia e Curitiba interromperam a aplicação da 1ª dose do imunizante contra Covid-19 por falta de vacina.

Contato com outros países por vacinas

Marcelo Queiroga afirmou ainda que o cenário para compra de vacina “não é simples”, mas que o Brasil está em contato com outros países. Segundo ele, o Ministério das Relações Exteriores mantém diálogo com China, Índia e Estados Unidos para adquirir os imunizantes.

“Nós temos uma expectativa da entrega de doses, que pode sofrer alterações. Por exemplo, se tiver um problema com o IFA que vem da China pode atrasar. A sociedade brasileira toda quer uma campanha de imunização eficiente e rápida, que possa trazer esperança para o povo. Mas não é simples. O cenário que vivemos no Brasil, não é só no Brasil. Tem problemas em outros países”, afirmou Queiroga.

“Nós temos duas indústrias aqui que produzem as vacinas, já é um grande alento. O ministério está muito empenhado. Através do Ministério das Relações Exteriores, temos conversado com embaixadores da China, da Índia, Estados Unidos e outras indústrias farmacêuticas para achar uma solução dentro de um prazo mais rápido”, completou o ministro,

Mudança na logística

Conforme o RJ1 mostrou, o ministro da Saúde afirmou que as vacinas produzidas na Fiocruz e que serão destinadas ao RJ não precisarão mais ser encaminhadas ao Governo Federal antes da distribuição. O objetivo é não interromper o cronograma de vacinação.

Antes, o procedimento adotado era o encaminhamento dos imunizantes para a União e, em seguida, a distribuição para os estados.

O Ministério da Saúde distribuiu na quinta-feira (8) mais de 4,4 milhões de doses de vacina contra Covid-19 aos estados e Distrito Federal. Cerca de 2,4 milhões foram produzidas pela Fiocruz.

Mortes por Covid

A agenda acontece dois dias depois da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovar um convite ao ministro para explicar a alta nas mortes por Covid no país.

Também foram convidados pela Câmara: Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde; e Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União.

Do G1.