Fé e Tradição: Colégio GGE contextualiza a história da Romaria da Penha

Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de João Pessoa e Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial da Paraíba, a Romaria da Penha é um dos eventos religiosos mais tradicionais do estado, unindo fé, história e devoção.

Anualmente, a Romaria da Penha atrai milhares de pessoas às ruas de João Pessoa. Este ano, a programação começou em 16 de novembro e culminará com uma grande caminhada na madrugada do próximo domingo (24).

O percurso de 14 quilômetros, saindo da Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, no Centro da capital, até o Santuário da Penha, na Praia da Penha, será animado por trios elétricos, louvores e momentos de oração. A romaria, realizada sempre no último domingo de novembro, é considerada um dos maiores eventos religiosos do Nordeste.

Uma história de fé e promessas

A origem da Romaria da Penha remonta ao século XVIII, quando o português Sílvio Siqueira construiu uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Penha em 1763, como pagamento de uma promessa após sobreviver a um naufrágio.

Segundo o professor de História Rafael Virgínio, do Colégio GGE de João Pessoa, a tradição está profundamente ligada ao período colonial brasileiro.

“Essa comemoração da Penha surgiu no século XVIII. Um português, que estava naufragando e com medo de morrer, prometeu construir uma capela no local do naufrágio caso fosse salvo. Na época, a área era conhecida como Praia do Aratu, que passou a ser chamada de Penha em referência à santa. Nossa Senhora da Penha, de origem europeia, tornou-se símbolo de devoção na cidade de João Pessoa”, explica Rafael.

A capela foi erguida durante um momento de crise econômica na Paraíba, marcada pelo declínio do ciclo do açúcar e pela recuperação do domínio holandês.

“Esse contexto histórico mostra como a fé e a história local se entrelaçam, refletindo as condições sociais e econômicas do período colonial”, complementa o professor.

Escadaria e o título de Patrimônio Cultural

No século XX, a Romaria ganhou novos marcos. Entre 1949 e 1950, foi construída a Escadaria da Penha, ligando o Santuário à Praia e consolidando o local como destino de peregrinação religiosa e atração turística.

“A construção das escadarias foi uma resposta à crescente demanda de fieis e ao surgimento do turismo religioso, reforçando o Santuário como um espaço de devoção e cultura”, destacou Rafael.

Em 2013, a Romaria foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de João Pessoa. Seis anos depois, em 2019, recebeu o título de Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial da Paraíba, equiparando sua relevância à do Círio de Nazaré, no Pará.

Sobre o Colégio GGE

Com mais de 28 anos de tradição e uma metodologia inovadora, o Colégio GGE é referência na formação acadêmica e pessoal de seus mais de seis mil alunos, espalhados pelas unidades de Pernambuco e Paraíba. Em João Pessoa, a instituição reforça seu compromisso com a educação ao promover o conhecimento cultural e histórico, como demonstrado pelo trabalho de seus professores em contextualizar eventos significativos como a Romaria da Penha.