Falta de higiene e infraestrutura precária têm prejudicado comerciantes e consumidores do Mercado Público do Rangel, em João Pessoa. O quadro é preocupante: os principais corredores ficam alagados durante as chuvas, o teto das barracas encontra-se quebrado e os banheiros quase sempre estão sujos.
Mesmo com as péssimas condições sanitárias, quem precisa prover o sustento da família não arreda o pé dali, e de terça-feira a domingo, mantém a rotina, mesmo tendo que arcar com prejuízos causados pela falta de conservação do mercado.
Um comerciante que preferiu não se identificar, com medo de retaliação por parte da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), disse que, ao chover, as águas trazem fezes de gatos, ratos e baratas, obrigando as pessoas que ali vendem os seus produtos a usar calçados apropriados para evitar doenças.
“Em dias de chuva, as pessoas têm evitado vir comprar aqui e isso tem provocado prejuízos. Há uns dois anos foi mostrado um projeto de melhoria que nunca saiu do papel”, relatou o comerciante.
Maria José Ferreira aprendeu o ofício de feirante ainda na infância com os pais, de quem herdou o ponto de vendas. Ela comercializa principalmente frutas há mais de 20 anos no Mercado Público do Rangel. “Prometeram organizar tudo direitinho e até agora nada. Com o tempo de chuvas, ficamos angustiados, pois isso aqui fica parecendo um rio, e os clientes têm reclamado. Os vazamentos são resolvidos com baldes improvisados para não perdermos nossa mercadoria”, reclamou.
Cliente há 35 anos, Antônio Reinaldo dos Santos reiterou as reclamações e reforçou que nunca houve um descaso tão grande naquele equipamento por parte da PMJP. “Não é falta de pedido, pois isso tem sido reforçado aos vereadores, já que a prefeitura não tem feito nada. Se olhar direitinho, está tudo irregular aqui, do teto ao piso”, disse. “O mercado está entregue às baratas”, enfatizou Erivaldo Sabino, motorista que possui um transporte em frente à feira.
O comerciante José Edmilson Barbosa de Lima mantém um ponto de vendas de lanches há dez anos no mercado e relatou que se o comércio está em condições ruins de vendas, os problemas apresentados no local só pioram. “Realmente precisa ser feito alguma coisa. Participei de duas reuniões, que só têm tido conversa, e ação, nada”, destacou.
Ele reclamou que os clientes, ao perceberem as condições do mercado, deixam de frequentar o local. “Outros mercados foram reformados, e aqui só tem promessa. Até hoje ninguém mexeu uma palha”, disse.
Ao procurar o administrador do equipamento para ouvir sua versão sobre o descaso do Mercado Público do Rangel, reportagem foi surpreendida pela falta do responsável em pleno funcionamento da feira.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedurb). Porém, até o fechamento desta matéria o órgão ainda não havia enviado resposta.Com informações são do Jornal A União.
