Extremo Cultural tem embolada e afoxé na tenda da cultura popular

A tenda de cultura popular, instalada no Largo da Gameleira, em Tambaú, segue a programação do projeto Extremo Cultural – Onde o Som Toca Primeiro, neste sábado (17), com uma dupla de emboladeiras, as irmãs Lindalva e Terezinha, e o Afoxé Liberdade Negra, de Bayeux. As atrações, gratuitas, começam às 17h.

Compositoras de estilo satírico e escrachado, as irmãs paraibanas Lindalva e Terezinha (na certidão, Otília) tornaram-se conhecidas por cantar e vender suas fitas cassete no Largo da Carioca, Centro do Rio de Janeiro, em 1986. De origem muito humilde e analfabetas, resolveram abraçar a carreira artística se apresentando em feiras do Paraná, Brasília, Tocantins, Acre e Nordeste e entoando versos de improviso.

O estilo despojado rendeu convites para gravar CDs (em 1999, lançaram pela Eldorado/Pequizeiro o trabalho “Terezinha e Lindalva”, da série “Grandes Repentistas do Nordeste”), em que interpretam as emboladas autorais “Proseado”, “Coco da Baiana”, “O Rico e o Pobre” e “Coco do Seringueiro”).Também são delas os independentes “Olha o Palavrão” e uma participação em “Congresso de Repentistas” gravado em Brasília, há dez anos. As duas viajaram por todo o Brasil e chegaram a participar dos extintos“Som Brasil”, com Rolando Boldrin, e dos Programas da Hebe e de Flávio Cavalcanti.

Há 15 anos, as irmãs se separaram e cada uma fomou a sua dupla: Terezinha continua no Rio e Lindalva faz par em João Pessoa com Lavandeira do Norte nos shows populares. “A embolada aprendemos de criança com o nosso pai, que tocava viola, e aprimoramos com o ganzá e batendo pandeiro”, lembra Lindalva, que mantém um comércio de bairro. “Mas essa arte você ‘pega’ de observar e treinar. É talento”, ensina.