Exposição “Paixão Plástica” tem arte através de fotografias e fica aberta até julho

Na noite da última quinta-feira, dia 18, foi aberta a exposição Paixão Plástica, que reúne fotos do fotógrafo e cineasta pernambucano Breno César. A mostra se estende até o dia 18 de julho na sede da Aliança Francesa de João Pessoa, no bairro da Torre. A entrada é gratuita.

Arte abstrata em fotos que revelam simbologias e subjetividades, narrativa visual construída com primor e detalhismo. Paixão Plástica, trabalho do pernambucano Breno César, fotógrafo e cineasta formado em Arte e Mídia pela UFCG e que há anos atua no circuito paraibano de produção audiovisual, é marcado pela minúcia na composição das imagens.

Selecionado por curadores locais, o projeto fotográfico integra as ações de incentivo à cultura paraibana.  “A Aliança Francesa tem, há cinco anos, um programa chamado Jovens Talentos da Paraíba. Todo ano realizamos de quatro a seis exposições. Temos um grupo de curadoria composto por Bertrand Lira (cineasta), Dyógones Chaves (artista plástico) e outros, que organizam esse ciclo”, explicou Carole Scipion, diretora da Aliança Francesa de João Pessoa.

“Para nós é muito importante, porque a Aliança Francesa sempre promove intercâmbio entre a cultura francesa e cultura do lugar onde ela está, no caso a cultura paraibana”, destacou Carole sobre a importância e o objetivo das exposições promovidas. Sobre o fato do fotógrafo em questão ser pernambucano ela justifica a escolha. “Ele (Breno César) foi destacado devido ao trabalho que desenvolve no cinema paraibano. Ele entrou nesse espaço como jovem talento da Paraíba porque ele se reconhece assim também”, concluiu.

Confundidas muitas vezes com pinturas, as fotos de Paixão Plástica provocam curiosidade. As imagens foram feitas sem manipulação de photoshop. Foram captadas através da intervenção direta no material fotografado: plástico derretido, ampliado, justaposto a outros, dentre várias combinações. O objetivo, segundo o fotógrafo Breno César, era produzir um material que despertasse questionamentos em que o observa. “Consegui trabalhar na fotografia com abstrações, recriando texturas, confundindo as pessoas se era tinta, se era objeto, se era pintura ou se era fotografia. Sempre gostei de confundir nesse aspecto. A fotografia não é um objeto que se encerra nele mesmo, mas uma porta que abre para várias significações. A abstração me dá a possibilidade de trabalhar com isso”, explica Breno.

“Eu utilizei vários objetos de plástico e fui desconstruindo para construir as fotografias. E nessa manipulação, as criaturas iam aparecendo à medida em que eu ia manipulando: no fogo, com águia, colocando para secar, misturando vários tipos de plástico. Essas interferências que eu ia experimentando iam criando esses objetos. Como são esculturas abstratas, o nosso inconsciente vai aparecendo nessas formas”, destacou Breno sobre o processo de composição do ensaio.

Presente entre o público que foi conferir a abertura da exposição, a atriz Raquel Ferreira se disse encantada com o material exposto. “Belíssimo e surpreendente o trabalho. Pra mim o mais incrível é saber que não tem nenhuma manipulação de computador, mas sim manipulação de plásticos, cores, posições de foco da câmera. Achei de uma criatividade e riqueza de detalhes muito grande. Me surpreendeu muito”, ressaltou ela.

Do Hiperativo Cultural