Ex-senador paraibano e ex-cônsul da Grécia no RJ viram réus na Lava Jato

A juíza substituta Gabriela Hardt, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, aceitou uma nova denúncia no âmbito da Operação Lava Jato e tornou réus o ex-senador paraibano Ney Suassuna (PRB) e o ex-cônsul honorário da Grécia no Rio de Janeiro Konstantinos Kotronakis. Acusados por atuarem em um esquema que pagou US$ 17,6 milhões em propinas, eles responderão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Também foram acusados pelo MPF (Ministério Público Federal) Dalmo Monteiro Silva (ex-gerente de afretamentos da Petrobras), Georgios Kotronakis (filho de Konstantinos Kotronakis), Henry Hoyer (ex-assessor de Ney Suassuna), João Henrique Hoyer (filho de Henry Hoyer), Jorge Luz (colaborador e operador do MDB), Bruno Luz (colaborador filho de Jorge Luz e operador do MDB), Fernando Bregolato (operador financeiro) e Paulo Arruda (operador financeiro).

De acordo a denúncia, os US$ 17,6 milhões em propinas foram pagos na esteira de 20 contratos de afretamentos de navios pela Petrobras vigentes de 2006 até 2028. Os valores teriam sido pagos pelos armadores gregos Athenian Sea Carriers, Tsakos Energy Navigation, Dorian (Hellas) e Aegean Shipping Management.

Para a força-tarefa Lava Jato em Curitiba, os armadores gregos envolvidos no esquema pagaram propinas referentes a 2% do valor dos contratos de afretamento. Os valores foram pagos em contas bancárias de empresas offshores controladas por Konstantinos Kotronakis mantidas na Grécia, Luxemburgo, Reino Unido e Suíça.

Sustenta o MPF que as propinas foram divididas entre funcionários da Petrobras – como o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de Afretamentos da estatal Dalmo Monteiro Silva – e agentes ligados ao Partido Progressista (PP). Ainda teriam sido beneficiados com o restante da propina agentes intermediários do esquema (Konstantinos Kotronakis, Georgios Kotronakis, Ney Suassuna, Henry Hoyer, João Henrique Hoyer, Jorge Luz e Bruno Luz).

Para o procurador da República Athayde Ribeiro Costa “as provas mostram que o esquema criminoso de que a Petrobras foi vítima envolveu a cooptação de criminosos em diversas áreas da empresa, o que torna necessária a manutenção dos esforços para elucidação de crimes pela Lava Jato.” As informações são do Paraná Portal, no Uol.