EUA: Trump e Biden fazem campanha em estados decisivos na véspera da votação

Joe Biden e Donald Trump, os dois candidatos à presidência dos Estados Unidos, vão fazer comícios em estados decisivos nesta segunda-feira (2), o último dia de campanhas antes das eleições no dia 3 de novembro.

Biden, do Partido Democrata, vai concentrar seus esforços nos estados de Pensilvânia e Ohio.

Por que a Pensilvânia?

Na eleição presidencial dos EUA, os candidatos precisam de uma estratégia para vencer de estado em estado até chegar ao mínimo de 270 votos do Colégio Eleitoral. Cada estado tem um número pré-definido de votos de delegados conforme a população.

A votação estadual funciona no sistema apelidado de “o vencedor leva tudo”: o candidato a presidente que vencer em cada estado conquista o direito a todos os votos em jogo no Colégio Eleitoral, mesmo se a vitória for por uma margem pequena.

A vantagem de Biden na Califórnia é tão grande que os candidatos nem mesmo gastam tempo, energia e dinheiro para fazer campanha lá. Já Trump tem uma força tão grande no Mississipi que ele não precisa se preocupar em conquistar mais votos lá, e Biden nem mesmo tenta converter eleitores.

A disputa mesmo acontece nos estados que podem eleger um ou outro. Neste ano, os maiores são a Flórida e a Pensilvânia.

Donald Trump, que está atrás nas pesquisas de intenção de votos, também vai à Pensilvânia, mas, além disso, fará comícios na Carolina do Norte, Wisconsin e Michigan (onde fará dois eventos).

Em 2016, Trump foi vitorioso em todos esses estados no confronto contra Hillary Clinton, mas neste ano as pesquisas indicam uma vitória dos democratas.

O ato final do atual presidente será na cidade de Grand Rapids, no Michigan, o mesmo lugar onde concluiu sua campanha vitoriosa em 2016.

No domingo, Trump participou de cinco eventos de campanha. Ele afirmou que ele está em um bom momento. Ele prometeu que haverá uma retomada da economia com uma vacina.

Estados vencidos pelos republicanos em 2016

Biden e a vice de sua chapa, Kamala Harris, vão passar a segunda-feira em lugares distintos do estado da Pensilvânia.

O ex-vice-presidente vai se reunir com sindicalistas e representantes da comunidade afro-americana na cidade de Pittsburgh. Depois, na mesma cidade, ele vai participar de um ato com Lady Gaga.

Mas entre um e outro, ele irá ao estado vizinho, de Ohio.

Biden finalizou a campanha na ofensiva. Ele só viajou para estados onde Trump venceu em 2016, e criticou a resposta do presidente à pandemia de coronavírus, que dominou as últimas etapas da corrida presidencial.

Biden acusa Trump de desistir de combater a pandemia, que matou mais de 230 mil pessoas nos EUA e foi responsável pelo corte de milhões de empregos.

As pesquisas mostram que os americanos confiam mais em Biden que em Trump para responder ao surto de coronavírus.

Contagem de votos

Mais de 94 milhões de eleitores votaram antecipadamente. É um recorde no país. Isso representa mais de 68% dos votos em 2016.

Uma parte desses votos foi enviadas por correio, e a contagem dessas cédulas pode demorar. Por isso, é provável que não seja possível saber quem é o vencedor na terça-feira.

Em alguns estados importantes para a definição, incluindo a Pensilvânia, os votos por correio só começam a ser processados no dia 3, o que vai tornar o processo lento.

Disputa após a votação

O presidente dos EUA colocou em dúvida a integridade das eleições no país. Ele afirmou que a contagem dos votos depois do dia da votação pode ser horrível e sugeriu que pode acionar os advogados dele.

“Nós iremos na noite da eleição, assim que a votação acabar, nós iremos entrar com nossos advogados”, disse Trump, sem explicar.

“Não acho que seja justo que tenhamos que esperar um período muito longo depois das eleições”, Trump afirmou.

Durante os últimos meses, Trump tem repetido que os votos que chegam por correio são suscetíveis a fraudes. Ele não deu nenhuma evidência disso, no entanto.

Já há votação por correio há tempos nos EUA. Em 2016, um quarto dos votos chegou dessa forma.

Os democratas têm defendido a votação por correio como uma forma de diminuir a exposição ao coronavírus.

Os republicanos contam com uma presença significativa no dia das eleições.

Em uma reportagem publicada no site Axios, publicou-se que pessoas próximas a Trump afirmou a pessoas próximas que ele vai declarar vitória na noite de terça-feira se ele aparecer na frente na contagem parcial, mesmo que o resulto final esteja claro ainda.

Trump afirmou que o conteúdo do texto não é verdadeiro. Questionado sobre o tema, Biden disse que o presidente não vai roubar as eleições.

Do G1