Estudantes da UFPB justificam ocupação e dizem que reitora não dialoga

O movimento de estudantes da UFPB que protestam contra a precariedade do sistema de assistência estudantil na universidade, e do qual quatro jovens estão há sete dias em greve de  fome, respondeu às acusações feitas pela reitora Margareth Diniz de que ela teria sido coagida e impedida de sair das dependências do prédio da reitoria e de que seus auxiliares teriam sido agredidos por eles.

O Paraíba Já conversou com a estudante de Gestão Pública Terezinha Oliveira, que integra o movimento. Ela deu a versão dos estudantes sobre os episódios ocorridos na noite de ontem (29).

De acordo com Terezinha, não houve qualquer tentativa de impedir que a reitora deixasse o prédio da reitoria e a situação de acirramento foi provocada pela intransigência de Margareth e o total desrespeito com os estudantes, pois ela teria abandonado uma reunião agendada com o movimento pouco depois do seu início.

“Houve um  desrespeito muito grande por parte dela (Margareth)”,  afirmou Terezinha. “Ela simplesmente se retirou de uma reunião que a gente tinha marcado e que tinha sido, inclusive, negociada pelas vias dos procuradores do Ministério Público e da Defensoria. Acordamos essa reunião com Margareth às 15hs, reunião esta que só veio acontecer às 17hs, ou seja, com duas horas de atraso. Os procuradores chegaram um pouco antes dela e fizeram um repasse de um encontro com ela. Obviamente que não nos atendeu porque era um repasse dela para terceiros e esses terceiros vieram intermediar esse diálogo sem ela aqui”, explicou ela.

“Quando estava perto de terminar esse repasse, que não nos contemplou em muita coisa, ela (a reitora) chegou com sua equipe e a gente estava tentando organizar a metodologia que a gente já tinha acordado no início, antes dela chegar – pois ela perdeu o início da reunião – e iríamos dar a fala pra ela em dado momento, ela simplesmente se levantou, virou as costas e se retirou, ato esse que foi tido como total desrespeito depois de todas as situações presenciadas aqui. Essa revolta toda, essa indignação, gerou essa situação”, relatou ela, sobre os eventos que desencadearam a confusão na reitoria.

Terezinha relata que os estudantes foram atrás de Margareth para exigir que ela retornasse a reunião e ao chegar no gabinete da reitoria perceberam a presença de vários seguranças e também da Polícia Militar. “Há muitos ânimos envolvidos, tudo muito fervoroso”, observou ela ressaltando que havia muita gente num pequeno espaço físico e que, se houve algum tipo de violência e depredação, foi algo que fugiu ao controle do movimento.

“Não era a vontade do movimento que nada tivesse quebrado, até porque a nossa integridade física também estava em questão”, destacou Terezinha. Ela ainda reforçou que a atitude de Margareth deflagrou os incidentes na reitoria e, por conseguinte, a ocupação do prédio.

“Ela frustrou o canal de diálogo que tinha sido planejado, inclusive com ela própria,  e com a defensoria, o Ministério Público e nós. Ela frustou esse canal de diálogo se retirando (da reunião). Ela errou muito nesse sentido. Espero que ela perceba”, concluiu.

Ocupação

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Desde de ontem, na segunda-feira (29) ao hall de entrada da Reitoria da UFPB foi ocupado por estudantes do movimento.  Barracadas foram montadas e uma estrutura à mais de apoio tanto aos qutro estudantes em greve de fome quanto aos que também acompanham em apoio a causa.”Se a ocupação se deu foi porque se acirrou (a situação). A indignação ficou acima do aceitável e agora estamos mantendo o hall (de entada da reitoria) ocupado”, explicou Terezinha. Ela ressalta, no entanto, que a ocupação não obstruiu o trabalho nas dependência do prédio. “Em nenhum momentos nós impedimos que ninguém entrasse na reitoria, as entradas estão abertas, qualquer pessoa pode vir”.