‘Estão macaqueando os EUA’, diz Haddad sobre saída do Brasil do Pacto da ONU

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, um dos principais nomes da oposição ao governo Jair Bolsonaro, criticou a decisão de se retirar o Pacto Global para a Migração da Organização das Nações Unidas (ONU). Na sua conta no Twitter, Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (9) que a iniciativa foi motivada para preservação dos valores nacionais. “O Brasil é soberano para decidir se aceita ou não migrantes”, disse o presidente. “Não ao pacto migratório.”

Já Fernando Haddad disparou: “Macaquear os EUA virou política de Estado. A decisão de retirar o Brasil de Pacto de Migração terá pouco efeito ‘prático’ interno, a não ser fomentar a xenofobia. A vida dos brasileiros fora dificilmente piorará. Gesto é simbólico de homenagem à intolerância”.

Acordo

Fechado em 2017 e chancelado no ano passado, o pacto estabeleceu orientações específicas para o recebimento de imigrantes, preservando o respeito aos direitos humanos sem associar nacionalidades. Dos representantes dos 193 países, 181 aderiram ao acordo. Estados Unidos e Hungria estão entre os que foram contrários. República Dominicana, Eritreia e Líbia se abstiveram.

No final de 2017, existiam quase 25,4 milhões de refugiados em todo o mundo. Atualmente, apenas dez países acolhem 60% das pessoas nessa situação. Só a Turquia abriga 3,5 milhões de refugiados, mais do que qualquer outro país.

O pacto global sobre refugiados aponta quatro objetivos principais: aliviar a pressão sobre os países anfitriões, aumentar a autossuficiência dos refugiados, ampliar o acesso a soluções de países terceiros e ajudar a criar condições nos países de origem, para um regresso dos cidadãos em segurança e dignidade